Durante o
ato virtual Mutirão Lula Livre, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que não
haverá justiça nem democracia no Brasil enquanto não for anulada e reparada a
“brutal perseguição” da Lava Jato contra Lula
Tiago Pereira, RBA - A ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou neste
sábado (27) que não haverá justiça nem democracia no Brasil enquanto não for
anulada e reparada a “brutal perseguição” da Operação Lava Jato contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ela, a força-tarefa de
Curitiba foi “instrumento fundamental” de ataque à democracia. Além disso,
serviu à “agenda neoliberal”, que aniquilou políticas de bem-estar social e
promoveu a destruição de empresas e entrega das riquezas do país
“Agora o STF tem
motivos de sobra para anular os processos contra Lula e devolver-lhe
integralmente os diretos políticos”, ressaltou Dilma. “O Supremo tem uma grande
oportunidade de reescrever sua trajetória de omissão diante dos ataques à
democracia e assumir integralmente a condição de corte constitucional, contendo
e punindo o maior escândalo judicial da história”, acrescentou.
Ela
participou na tarde de hoje, com outros políticos, lideranças de movimentos
sociais e artistas, do Mutirão Lula Livre. O movimento pressiona para que o
Supremo Tribunal Federal (STF) julgue habeas corpus que aponta a suspeição de
Sergio Moro. Além disso, as últimas conversas reveladas entre o ex-juiz e
procuradores confirmaram, mais uma vez, o conluio montado contra o
ex-presidente. Dessa vez, no entanto, o acesso às mensagens foi garantido à
defesa de Lula pelo próprio STF.
“A Lava Jato
burlou controles, escondeu informações, quebrou hierarquias, agiu
clandestinamente, forjou prisões e chantageou presos. Inventou depoimentos,
promoveu investigações ilegais até de ministros de tribunais superiores e
firmou acordos secretos com agentes estrangeiros”, inventariou Dilma. “Com
isso, arvorou-se em poder paralelo para aumentar o furor punitivista do juiz
que a comandava e os interesses golpistas das elites nacional e internacional”,
destacou.
Esperança
O ex-ministro
Fernando Haddad afirmou que está chegando ao fim o “percurso longo e doído” que
foi defender Lula de uma “avalanche” de acusações falsas criadas pela Lava
Jato. “Não diria que estou otimista. Mas estou mais esperançoso que, diante de
tantas provas de arbítrio da Vara de Curitiba, possa se resgatar a Justiça. E
dar um parecer final sobre essa grande armação que foi feita”, afirmou.
Por
outro lado, apesar de acompanhar os processos da Lava Jato desde o início, como
um dos advogados do ex-presidente, Haddad disse que ficou “surpreso” com o
nível das conversas reveladas recentemente. Em especial quando, segundo ele,
assumiram que “o sítio e o tríplex não são suficientes para pegar Lula”,
anunciando que a guerra jurídica se estenderia também à sua família.
“Olha o
nível que se chegou, de um grupo de pessoas que resolveu praticar uma caçada a
um homem. Não importava se ele era inocente ou culpado”, disse Haddad no
mutirão. “Acabaram condenando Lula num processo absolutamente absurdo, sem
nenhuma plausibilidade de sequer ser recebida a denúncia. Uma coisa sem pé nem
cabeça. Usaram esse processo para tirar o presidente Lula das eleições
presidenciais de 2018, que todas as pesquisas diziam que ele ganharia. É muito
triste perceber a que ponto chegou a elite brasileira.”
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