O ainda
presidente da estatal usou a oportunidade para defender os interesses do
mercado financeiro. Ele alertou para o "efeito perverso" de não
adotar o preço de importação nas receitas e disse que o combustível não está
caro, mas sim simplesmente seguindo o "preço do mercado"
247 - Em sua primeira aparição após a nomeação de Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobras, o ainda presidente da companhia Roberto
Castello Branco usou a oportunidade para defender os interesses do mercado
financeiro.
Em
videoconferência com analistas de mercado, Castello Branco descreveu o
"efeito perverso" de não adotar o preço de importação nas receitas:
"Fugir da regra da paridade de preço de importação, a Petrobras já provou
que foi desastrasosa. A Petrobras perdeu US$ 40 bilhões. E tem outro impacto.
Reduzimos a dívida em US$ 36 bilhões em dois anos e a empresa ainda é muito
endividada. Devemos US$ 75,5 bilhões. Nossa dívida é majoritariamente em
dólares e como você vai conciliar obrigações em dólares com receita em reais?
Outro efeito perverso do descolamento da paridade dos preços de
importação", disse.
O
presidente da Petrobras declarou ainda que o combustível no Brasil não está
caro. Para ele, o "preço do mercado" deve ser simplesmente aceito:
"O preço não é barato nem caro. O preço é o preço de mercado. Se o Brasil
quiser ser uma economia de mercado tem que ter preço de mercado. Preços abaixo
do mercado geram muitas consequências, algumas previsíveis outras
imprevisíveis, mas todas negativas".
Castello Branco
apareceu na chamada com uma camisa do metrô de Londres, com a imagem da placa
"Mind the Gap", que significa "atenção à defasagem". A
mensagem subliminar parece ser uma espécie de alerta para a diferença entre o
preço estabelecido pelo mercado e através de políticas de preços estatais.
As
falas foram extraídas do Globo.
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