Lideranças locais se
mobilizam na defesa do contorno leste e duplicação do contorno norte, além da
exclusão de mais um pedágio na BR-376
Reunidos na quinta-feira (18), à noite, no Cine Teatro Fênix, representantes de associações de profissionais,
clubes de serviço, lojas maçônicas, sindicatos patronais e de trabalhadores do
comércio e da indústria, instituições superiores e entidades sociais discutiram
a proposta do novo modelo de rodovias pedagiadas do Paraná.
Com posicionamento
unânime, lideranças apucaranenses defenderam as obras do interesse do Município
que já constam do projeto, incluindo a execução do Contorno Leste e a
duplicação do Contorno Norte. E, ao mesmo tempo, se manifestaram contrárias à
implantação de uma nova praça de pedágio na BR-376, em Califórnia.
Cerca de 100
pessoas de 62 segmentos organizados da sociedade local, atenderam convite para
participar do evento proposto pelo prefeito Junior da Femac. Na reunião, foram
obedecidos todos os protocolos preventivos em relação à pandemia, com uso de
máscara, higienização das mãos e espaçamento entre os participantes.
O tom de avaliação
das lideranças foi bastante crítico em relação ao “anel de integração” criado
há 25 anos e que penalizou demais os cidadãos e a economia paranaense, em
função do alto custo das tarifas fixadas nas praças de pedágio. Também foram
lembradas as obras que constavam dos contratos e que deixaram de ser realizadas,
por conta de acordos irregulares firmados entre concessionárias e
ex-governantes.
A discussão
antecedeu as audiências públicas que estão programadas para os dias 24 e 25, em
Apucarana, promovidas pelo Ministério da Infraestrutura e Logística e a Secretaria
de Estado da Infraestrutura e Logística. No dia seguinte (26/02), Apucarana
também irá sediar no Auditório Gralha Azul, no Campus da Unespar/Fecea,
audiência pública promovida pela Frente Parlamentar do Pedágio, integrada por
dezenas de deputados da Assembléia Legislativa do Paraná.
O evento contou
com a participação do gerente de assuntos estratégicos da Federação das
Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), João Arthur Mohr, por web conferência. O
consultor da FIEP foi o coordenador geral do estudo das obras elencadas na nova
concessão de rodovias pedagiadas do Paraná, que deve vigorar a partir de 2022.
O estudo foi recebido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e
está agora está sendo submetido à apreciação dos paranaenses em audiências
públicas.
No projeto
apresentado por João Arthur Mohr, Apucarana está contemplada na nova concessão
com importantes obras do Lote 03. A execução do Contorno Leste da cidade e a
duplicação da PR-170 (Contorno Norte). Também está prevista a duplicação dos 56
quilômetros da BR-376 – que ficaram para trás – na ligação entre
Apucarana-Ponta Grossa.
Em sua explanação
sobre a nova proposta de rodovias pedagiadas no Paraná, o consultor da FIEP,
discorreu sobre todas as obras previstas e também as novas praças de pedágio,
para o período de 30 anos do novo contrato de concessão, com investimentos
estimados de R$ 42 bilhões. De acordo com ele, o preço da tarifa nas praças de
pedágio do norte do Estado, que hoje estão na faixa de R$ 11,70, devem cair
para 7,69 e, no leilão chegar a até em R$ 6,00 no início da concessão.
“Nesta proposta, a
FIEP se colocou a favor de tarifas justas, com rodovias totalmente duplicadas,
segurança, assistência permanente aos usuários e manutenção constante, além de
muita transparência em todo o processo”, assinalou João Arthur Mohr. Ele
ressaltou que poucas cidades do Brasil irão dispor de um anel completo de
contornos duplicados como o que está projetado para Apucarana. “Nem Curitiba,
nem Londrina ou Maringá terão essa estrutura viária antes de Apucarana, que
sedia o maior entroncamento rodoviário do Norte do Paraná”, frisou o consultor.
Após a
apresentação do projeto, lideranças apucaranenses manifestaram suas opiniões e
fizeram diversos questionamentos ao consultor da FIEP. Ficou evidenciada a
posição unânime dos apucaranenses, contrária à criação de uma nova praça de
pedágio entre Apucarana e Califórnia. Praticamente todos concordam que um novo
pedágio iria gerar dificuldades para estudantes universitários, trabalhadores e
consumidores em geral, de cidades vizinhas que estudam, trabalham, compram e
buscam serviços em Apucarana.
Outros
participantes lembraram que a cidade pólo recebe milhares de pessoas do Vale do
Ivaí, que buscam atendimento médico, exames e cirurgias em Apucarana, que sedia
o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região (Cisvir). O debate
teve intervenções do presidente da Associação Comercial, Industrial e de
Serviços de Apucarana (Acia), Jayme Leonel; do vereador Rodrigo Lievore; do
engenheiro Herivelto Moreno (CREA); Wanderlei Faganello (Caramuru/Samisca); e
Claudomiro Rodrigues (Lojas Maçônicas/Sindicato Rural Patronal).
O prefeito Junior
da Femac fez uma avaliação muito positiva das discussões, frisando que a
reunião foi de preparação das lideranças locais para participarem efetivamente
das audiências públicas. “Conclamo todos os presentes a acessarem o link e
efetivarem sua participação nas audiências dos dias 24 e 25. Apucarana já se
posicionou a favor das obras do contorno leste e duplicação do contorno norte,
além de ser totalmente contrária à criação de pedágio em Califórnia”, afirmou
Junior da Femac, frisando que todos devem estar firmes na luta por Apucarana e
região nesta questão.
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