Em
entrevista à Folha, o presidente do DEM sinalizou que irá romper a unidade da
direita tradicional e que poderá apoiar Bolsonaro em 2022. Ele descartou a
possibilidade de um processo de impeachment
247 - O presidente do DEM, ACM Neto decretou o fim da unidade,
ainda que precária, das forças da direita tradicional do país, ao sinalizar, em
entrevista à Folha de S.Paulo o rompimento com o governador de São Paulo, João
Doria, líder do PSDB, e a possibilidade de apoio a Bolsonaro em 2022. Na última
semana, ele conduziu seu partido a apoiar o candidato do governo à Presidência
da Câmara, Artur Lira (PP-AL), rompendo com Rodrigo Maia (DEM-RJ). ACM Neto
descartou a possibilidade de um processo de impeachment de Bolsonaro.
Para o político
baiano, Bolsonaro não é extremista, mas teria extremistas ao seu redor. A
declaração indica o interesse do presidente do DEM de deslocar os bolsonaristas
do governo e abrir espaço para seu partido: “Acho que o presidente tem pessoas
no entorno dele que são mais extremistas do que ele”. Ele rejeitou por completo
o processo de impeachment: “Não acho que exista clima no país para isso. Não
acho que existam questões jurídicas para isso”.
O apoio
a Bolsonaro em 2022 é uma das hipóteses para o presidente do DEM, que o inclui
no bloco da direita e não o considera mais alguém de extrema direita: “Nós não
estaremos com os extremos. Você pergunta se eu descarto inteiramente a
possibilidade de estar com Bolsonaro. Neste momento não posso fazer isso. Qual
Bolsonaro vai ser? Os dos dois últimos anos que passaram? Não queremos. Agora,
haverá um reposicionamento? Para a construção de algo mais amplo, que não fique
limitado à direita? Não sei. Então, não posso responder agora. Portanto, seja
Doria, Bolsonaro, Huck, Ciro [Gomes], [Luiz Henrique] Mandetta, qualquer um dos
nomes, vamos saber com o passar do tempo se vai ter mais ou menos chance”.
Quanto a Doria, o
presidente do DEM afirmou: “Não vou dizer isso de maneira alguma. Tenho um
respeito muito grande pelo governador João Doria. Acho que ele será um dos
atores. Da mesma forma que lhe afirmo que não temos compromisso com Doria, e
nunca tivemos, também devo dizer que jamais nós descartamos essa possibilidade.
Não é certo dizer que há compromisso, como não é certo dizer que há veto”.
Na entrevista à jornalista Camila Mattoso,
ACM Neto afirmou que o DEM não é da base do governo e nem da oposição: “Não
somos oposição e não temos intenção de aderir à base do governo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário