segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Veja dez vezes em que Bolsonaro atacou a CoronaVac, primeira vacina contra Covid-19 utilizada no Brasil

 

Bolsonaro fez da CoronaVac seu principal alvo dentre os imunizantes contra o coronavírus, principalmente pela origem chinesa da substância e pelo papel exercido por seu inimigo político João Doria na aquisição e desenvolvimento das doses

(Foto: ABr)

247 - Não é novidade a aversão de Jair Bolsonaro pela vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria no Brasil com o Instituto Butantan, a CoronaVac, primeira vacina utilizada no Brasil para combater a pandemia de coronavírus.

Seja pela origem chinesa do imunizante, país que Bolsonaro insiste em atacar gratuitamente, ou pelo fato da substância ser produzida em São Paulo, território de seu inimigo político João Doria, o ocupante do Palácio do Planalto já mostrou descontentamento com a CoronaVac por diversas vezes.

Relembre, em levantamento do jornal O Globo, dez ocasiões em que Bolsonaro atacou a vacina:

'Não é daquele outro país'

Em julho de 2020, Bolsonaro exaltou o acordo do governo federal para aquisição da vacina da Oxford/AstraZeneca questionando o país de origem da CoronaVac.  "Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí".

'Diferente daquela outra'

Em agosto, minimizou o acordo do Butantan da Sinovac, ressaltando que o acordo da Fiocruz pela vacina Oxford/AstraZeneca envolvia a transferência de tecnologia. "E o que é mais importante nessa vacina, diferente daquela outra que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia pra nós".

"Vacina chinesa de João Doria"

Em outubro, Bolsonaro desautorizou Pazuello a comprar doses da CoronaVac para que o imunizante fosse utilizado no programa nacional de vacinação, chamando a substância de "vacina chinesa de João Doria".

"Já mandei cancelar"

No mesmo dia, Bolsonaro disse em público que havia mandado cancelar o acordo de compra da CoronaVac pelo Ministério da Saúde. "Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade".

"Descrédito" 

Bolsonaro chegou a dizer que não confiava na segurança da vacina, afirmando que a China sofre de um "descrédito" grande, o que não é verdade. "A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá".

"Procura outro para pagar a tua vacina aí"

Em fala direta a João Doria, Bolsonaro mandou que o governador procurasse alguém para pagar "tua vacina". "Ninguém vai tomar a sua vacina na marra não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do povo, não vai comprar a vacina também não, tá ok? Procura outro para pagar a tua vacina aí".

"Morte, invalidez, anomalia"

Bolsonaro comemorou quando a Anvisa suspendeu os testes da CoronaVac após a morte de um dos voluntários. Posteriormente comprovou-se que a causa do óbito não estava ligada ao imunizante. "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha".

"Eficácia lá embaixo"

Ele disse também, antes mesmo de saber dos resultados dos testes, que o indíce de eficácia da CoronaVac era baixo. "A eficácia daquela vacina em São Paulo parece que está lá embaixo".

"Essa de 50% é uma boa?"

Quando o Instituto Butantan divulgou a eficácia de 50,38% da vacina, Bolsonaro questionou a um apoiador: "essa de 50% é uma boa?".

"Baixa taxa de sucesso da vacina"

Já em 2021, quando o Ministério da Saúde requisitou as doses do Butantan para distribuir a outros estados, Bolsonaro alegou que Doria estava "desmoralizado pela baixa taxa de sucesso na sua vacina".

 

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