Bolsonaro
fez da CoronaVac seu principal alvo dentre os imunizantes contra o coronavírus,
principalmente pela origem chinesa da substância e pelo papel exercido por seu
inimigo político João Doria na aquisição e desenvolvimento das doses
247 - Não é novidade a aversão de Jair Bolsonaro pela
vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria
no Brasil com o Instituto Butantan, a CoronaVac, primeira vacina utilizada no
Brasil para combater a pandemia de coronavírus.
Seja pela origem
chinesa do imunizante, país que Bolsonaro insiste em atacar gratuitamente, ou
pelo fato da substância ser produzida em São Paulo, território de seu inimigo político
João Doria, o ocupante do Palácio do Planalto já mostrou descontentamento com a
CoronaVac por diversas vezes.
Relembre, em levantamento do jornal O Globo,
dez ocasiões em que Bolsonaro atacou a vacina:
'Não é daquele
outro país'
Em
julho de 2020, Bolsonaro exaltou o acordo do governo federal para aquisição da
vacina da Oxford/AstraZeneca questionando o país de origem da CoronaVac.
"Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio
lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades
chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford
aí".
'Diferente
daquela outra'
Em
agosto, minimizou o acordo do Butantan da Sinovac, ressaltando que o acordo da
Fiocruz pela vacina Oxford/AstraZeneca envolvia a transferência de tecnologia.
"E o que é mais importante nessa vacina, diferente daquela outra que um
governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia pra nós".
"Vacina
chinesa de João Doria"
Em
outubro, Bolsonaro desautorizou Pazuello a comprar doses da CoronaVac para que
o imunizante fosse utilizado no programa nacional de vacinação, chamando a
substância de "vacina chinesa de João Doria".
"Já mandei
cancelar"
No
mesmo dia, Bolsonaro disse em público que havia mandado cancelar o acordo de
compra da CoronaVac pelo Ministério da Saúde. "Já mandei cancelar, o
presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade".
"Descrédito"
Bolsonaro
chegou a dizer que não confiava na segurança da vacina, afirmando que a China
sofre de um "descrédito" grande, o que não é verdade. "A da
China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita
segurança suficiente para a população. A China, lamentavelmente, já existe um
descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem,
esse vírus teria nascido por lá".
"Procura
outro para pagar a tua vacina aí"
Em fala
direta a João Doria, Bolsonaro mandou que o governador procurasse alguém para
pagar "tua vacina". "Ninguém vai tomar a sua vacina na marra
não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do
povo, não vai comprar a vacina também não, tá ok? Procura outro para pagar a
tua vacina aí".
"Morte,
invalidez, anomalia"
Bolsonaro
comemorou quando a Anvisa suspendeu os testes da CoronaVac após a morte de um
dos voluntários. Posteriormente comprovou-se que a causa do óbito não estava
ligada ao imunizante. "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o
Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a
vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha".
"Eficácia
lá embaixo"
Ele
disse também, antes mesmo de saber dos resultados dos testes, que o indíce de
eficácia da CoronaVac era baixo. "A eficácia daquela vacina em São Paulo
parece que está lá embaixo".
"Essa
de 50% é uma boa?"
Quando
o Instituto Butantan divulgou a eficácia de 50,38% da vacina, Bolsonaro
questionou a um apoiador: "essa de 50% é uma boa?".
"Baixa
taxa de sucesso da vacina"
Já em
2021, quando o Ministério da Saúde requisitou as doses do Butantan para
distribuir a outros estados, Bolsonaro alegou que Doria estava
"desmoralizado pela baixa taxa de sucesso na sua vacina".
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