"O
Brasil se transformaria em uma roça, a fazenda do mundo, exportando apenas
commodities e matérias-primas", alerta o presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, enquanto Jair Bolsonaro e
Paulo Guedes destroem a soberania nacional, os empregos e a renda ao quebrar a
indústria brasileira em favor de uma agenda entreguista
247 - O presidente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defende em artigo o fortalecimento da setor industrial brasileiro para
que o País "seja cada vez mais dinâmico e competitivo". "O
Brasil se transformaria em uma roça, a fazenda do mundo, exportando apenas
commodities e matérias-primas, assim como empregos de qualidade, para as
economias mais desenvolvidas", afirma Robson Andrade. A produção nacional
da indústria recuou 1,1% no ano de 2019, primeiro ano de gestão do governo Jair
Bolsonaro. Dezesseis das 26 atividades industriais pesquisadas tiveram queda no
ano retrasado, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O dirigente disse
que "o fato de o Brasil ter hoje os maiores níveis mundiais de
produtividade nas lavouras de soja, por exemplo, deve-se a dois fatores
principais: o primeiro é que sucessivos governos aportaram recursos suficientes
para viabilizar o cultivo em escala desta leguminosa e investiram na inovação
do setor, por meio da Embrapa".
"O
segundo fator, também essencial para o sucesso do agronegócio, é a atuação da
indústria no desenvolvimento de serviços, insumos e equipamentos de alto valor
agregado, tais como pesquisa científica, biotecnologia, logística,
fertilizantes e maquinários", diz. "A alta competitividade da
agricultura brasileira e a sofisticação dos demais segmentos só são viáveis
graças à existência de uma indústria manufatureira moderna operando no
país", continua.
Em sua análise, o
presidente da CNI afirma ser "urgente e indispensável que sejam
implementadas reformas estruturantes, sobretudo a tributária, que viabilizem um
ambiente de negócios favorável ao empreendimento privado, desonerem as
exportações e os investimentos, reduzam a burocracia, aumentem a segurança
jurídica e estimulem investimentos em infraestrutura".
De
acordo com Braga de Andrade, apesar de representar cerca de 21% do PIB
nacional, o setor industrial é responsável pelo recolhimento de 33% dos
impostos federais e por 31% da arrecadação previdenciária patronal. O
empresário também diz que o segmento responde por 70% das exportações
brasileiras de bens e serviços e por 69% do investimento empresarial em
pesquisa e desenvolvimento, insumo indispensável para a competitividade dos
demais segmentos econômicos, inclusive do agronegócio.
Um levantamento da
CNI apontou que apenas a indústria de transformação nacional é responsável por
25% pela arrecadação de tributos federais e por 23% da arrecadação
previdenciária patronal. Responde também por 50,6% das exportações brasileiras
de bens e serviços e por 65% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
"O
recente fechamento das fábricas da Ford no Brasil foi uma decisão da empresa a
nível mundial. Mas, certamente, o alto custo de se produzir no Brasil foi um
dos fatores cruciais para essa decisão. Não será promovendo a
desindustrialização, como apregoa o presidente do Ipea, que nosso país
conseguirá manter empresas aqui e retomar a trilha do crescimento econômico,
vital para gerar mais empregos e renda para a população", complementa o
dirigente.
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