As
maiores altas nas cestas básicas em 2020 foram registradas em Salvador (32,8%)
e Aracaju (28,7%), apontou uma pesquisa feita pelo Dieese. Curitiba teve a
menor elevação (17,7%). Com base na cesta mais cara, que foi a de São Paulo, o
Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser R$ 5.304,90, o
equivalente a 5,08 vezes o atual, de R$ 1.045,00
Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
A Pesquisa
Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), indicou que os
preços do conjunto de alimentos básicos necessários para as refeições de uma
pessoa adulta conforme Decreto-lei 399/1938, aumentaram em todas as capitais em
2020.
As
maiores altas foram registradas em Salvador, de 32,89%, e Aracaju, 28,75%. Em
Curitiba foi observada a menor elevação, de 17,76%.
De novembro para
dezembro de 2020, o custo da cesta foi maior em nove cidades e menor em oito,
com destaque para as elevações de João Pessoa (4,47%), Brasília (3,35%) e Belém
(2,96%). As maiores diminuições foram registradas em Campo Grande (2,14%) e
Salvador (1,85%).
Em São
Paulo, a cesta custou R$ 631,46, com alta de 0,36% na comparação com novembro.
No ano de 2020, o preço do conjunto de alimentos subiu 24,67%.
Poder de compra
Com
base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a de São Paulo, o Dieese estima
que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.304,90, o que
corresponde a 5,08 vezes o mínimo vigente, de R$ 1.045,00. Segundo o órgão, o
cálculo é feito levando-se em consideração uma família de quatro pessoas, com
dois adultos e duas crianças.
O tempo
médio necessário para adquirir os produtos da cesta para o conjunto das
capitais, considerando um trabalhador que recebe salário mínimo e trabalha 220
horas por mês, foi, em dezembro, de 115 horas e 8 minutos, maior do que em
novembro, quando ficou em 114 horas e 38 minutos.
Quando
comparado o custo da cesta ao salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto
referente à Previdência Social - alterado para 7,5% a partir de março de 2020,
com a Reforma da Previdência -, verificou-se que o trabalhador remunerado pelo
piso nacional comprometeu, em dezembro, na média, 56,57% do salário mínimo
líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em novembro,
o percentual foi de 56,33%.
Fonte: Brasil 247
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