A soja,
principal produto de exportação do Brasil em valores, apesar de não ter
superado o recorde em volume de 2018, teve um crescimento nos embarques de 13%
ante 2019, para 83 milhões de toneladas, contando com a firme demanda chinesa
SÃO PAULO (Reuters) - Apesar dos impactos da pandemia de Covid-19 em 2020, o Brasil
registrou recordes de volumes embarcados de suas principais commodities, com
destaque para o petróleo, açúcar e carnes, que tiveram apoio de compras da
China, enquanto o café também teve uma máxima histórica, de acordo com dados
divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia.
A soja, principal
produto de exportação do Brasil em valores, apesar de não ter superado o
recorde em volume de 2018, teve um crescimento nos embarques de 13% ante 2019,
para 83 milhões de toneladas, contando com a firme demanda chinesa, conforme os
dados do governo.
Já o
minério de ferro, que juntamente com a soja e petróleo formam a trinca de
produtos que lideram a pauta de exportação do país, registrou redução de 2% no
total embarcado, após a produção da mineradora Vale ter ficado aquém do
esperado no ano passado. Em 2019, diante das consequência do desastre de
Brumadinho (MG), os embarques já tinham caído para cerca de 335 milhões de
toneladas.
Em receita,
contudo, houve uma alta de 14,3% nas exportações de minério de ferro, com o
preço médio subindo 16,7% na comparação anual, também por efeito da menor
produção da mineradora brasileira, assim como pela forte demanda chinesa.
As
exportações brasileiras de petróleo no ano passado atingiram 70,6 milhões de
toneladas, alta de 18,5% na comparação com 2019, com países como a China
tirando proveito para adquirir grandes quantidades a preços mais baixos --em
faturamento, os embarques caíram quase 19%, para 19,5 bilhões de dólares.
Os
embarques de óleos combustíveis também somaram máximas históricas de 15,5
milhões de toneladas, à medida que cresce a produção do pré-sal.
Ainda sobre as
agrícolas, se os embarques de soja em 2020 ficaram apenas 200 mil toneladas
inferiores ao volume de 2018, as exportações de farelo de soja tiveram máximas
históricas no ano passado, somando 17,5 milhões de toneladas.
O café
não torrado fechou o ano com embarques históricos de 2,373 milhões de toneladas
(ou 39,55 milhões de sacas de 60 kg), com alta de 7,2% no volume embarcado e
9,6% no faturamento, para quase 5 bilhões de dólares.
Também
foi recorde o embarque de algodão, cujas exportações brasileiras chegaram a ser
postergadas em algum momento no ano em função de incertezas geradas pelo
coronavírus.
As exportações da
pluma ainda atingiram máximas históricas em valor, com 3,2 bilhões de dólares e
um total de 2,12 milhões de toneladas, contando com a demanda da China, que
também ajudou o país a alcançar os maiores exportações já vistas de carnes
bovina e suína.
O
açúcar foi outro produto que teve recorde, muito na esteira das compras dos
chineses, que conseguiram sair mais rápido da pandemia, embora o coronavírus
tenha tido origem no país asiático. Os embarques totais do adoçante atingiram
31 milhões de toneladas, somando quase 9 bilhões de dólares.
No caso
do milho, as exportações caíram cerca de 18% ante o recorde de 42,7 milhões de
toneladas de 2019.
Mais
cedo, o Ministério da Economia divulgou dados referentes ao mês de dezembro.
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