Jair
Bolsonaro inventou uma versão segundo a qual o experiente diplomata Yang
Wanming, embaixador chinês em Brasília, seria o culpado do estremecimento das
relações entre o Brasil e a China. Isso depois de dois anos de agressão
continuada de Bolsonaro e da cúpula de seu governo e seu clã ao maior parceiro
comercial do Brasil
247 - Depois de toda a campanha feroz de agressões à
China, desde a campanha eleitoral e nos dois anos de seu governo, Jair
Bolsonaro agora diz que a crise nas relações com o país asiático, maior
parceiro comercial do Brasil e que disputa da liderança mundial com os EUA, é
culpa do embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming. Durante dois anos, Jair
Bolsonaro, seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e seu filho, o
deputado Eduardo Bolsonaro, presidente da Comissão de Relações Exteriores da
Câmara, atacaram de maneira insistente a China. Foram agressões gratuitas,
ameaças, ironias, zombarias xenófobas. Filipe Martins, assessor de assuntos
internacionais do de Bolsonaro disseminou chamou a Coronavac,
desenvolvida por uma empresa chinesa, de “vacina xing ling”.
Agora, Bolsonaro
rasteja para conseguir importar insumos para a produção da Coronavac no Brasil
-única vacina disponível no país, com o fiasco da estratégia do
general-ministro da Saúde, Henrique Pazuello. E tenta culpar o embaixador
chinês.
Segundo
a versão corrente no Planalto, informa Mônica Bergamo, Bolsonaro teria “bom
relacionamento” com o presidente chinês Xi Jinping e “nada contra a China”. Os
desentendimentos seriam exclusivamente com o embaixador Yang Wanming, na
delirante versão bolsonarista.
Escreveu Bergamo:
“O diplomata é responsabilizado por ter feito postagens duras depois que o
filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, criticou a China —o que teria azedado a
relação com o presidente. Por esse raciocínio, Eduardo, que é deputado federal,
tem opinião própria —e irrelevante, já que não fala pelo pai. Deveria ser,
portanto, ignorado, e um bom diplomata teria que saber disso”.
A
versão bolsonarista ignora que Eduardo Bolsonaro é presidente da poderosa
Comissão de Relações Exteriores da Câmara, atua como um ministro de Relações
Exteriores informal do governo e só não foi indicado para embaixador em
Washington pelo temor de ter seu nome rejeitado no Senado.
Interlocutores próximos à embaixada da China dizem que os
argumentos de auxiliares do presidente beiram a infantilidade. E que o
embaixador Yang Wanming é um quadro chinês de primeira linha, forte e
prestigiado em seu país.
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