Em uma
compra de votos escandalosa na eleição do Congresso, o governo de Jair
Bolsonaro liberou recursos extraordinários, no valor de R$ 3 bilhões, para 250
deputados e 25 senadores aplicarem em suas regiões, em troca de votos em Arthur
Lira (PP) para presidência da Câmara, e em Rodrigo Pacheco (DEM) para o comando
do Senado
247 - O governo de Jair Bolsonaro liberou R$ 3
bilhões em recursos extraordinários do Orçamento para 250 deputados e 25
senadores aplicarem em suas regiões, em troca de apoio aos candidatos do
governo a presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado,
RodrigoPacheco (DEM-MG).
A compra de votos
foi revelada em reportagem desta quinta-feira (28) do jornal O Estado de
S. Paulo. Segundo a publicação, uma planilha interna de controle de
verbas, até então sigilosa, mostra os nomes dos contemplados com recuros
"extras", além das emendas parlamentares. O dinheiro saiu do
Ministério do Desenvolvimento Regional. Para efeito de comparação ao montante
gasto nestas negociações, o governo federal empenhou, em todo o ano de 2020, R$
3,9 bilhões em emendas para a área da atenção básica da saúde pública.
"Dos
208 deputados que já declararam apoio a Lira, conforme o 'Placar da Eleição' do
Estadão, 125 nomes já estão na planilha da Secretaria de Governo, considerando
apenas os que já garantiram fatias do Orçamento para projetos de seus
interesses. Ao todo, 41 dos parlamentares estiveram em ao menos uma reunião no
Palácio com Ramos desde dezembro, quando começaram as campanhas nas Casas. Na
comparação com o placar da eleição para o Senado, dos 33 votos declarados para
Pacheco, 22 nomes de senadores aparecem na planilha", diz o jornal.
Segundo o Estadão,
o esquema de compra de votos de parlamentares é comandado pelo ministro Luiz
Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo. Nos chamados "recursos
extra orçamentários", os valores são repassados a prefeitos indicados por
deputados ou senadores sem que o nome do deputado fique carimbado, como ocorre
com a emenda parlamentar tradicional. "Desta forma, se houver alguma
irregularidade na aplicação dos recursos não é possível saber se há algum
envolvimento do parlamentar que direcionou a verba para determinada
obras", diz o jornal.
Os
valores já estão empenhados no Orçamento, a primeira etapa para que o pagamento
seja efetivamente feito. A engenharia do ministro supera em volume, em muitos
casos, as tradicionais emendas parlamentares – limitadas a um total de R$ 16,3
milhões por parlamentar – e compartilha, num acordo sem transparência, a gestão
orçamentária de ministérios.
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