A greve dos
caminhoneiros, prevista para o próximo dia 1º de fevereiro, vem crescendo em
adesões e, de acordo com o presidente da Associação Nacional do Transporte
Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, poderá ser maior do que a
realizada em 2018, devido ao grau crescente de insatisfação da categoria,
principalmente em relação ao preço do diesel e às promessas não cumpridas após
a histórica greve no governo Temer.
Integrante
do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que na semana
passada já alertou para a possibilidade de uma paralisação nacional, a ANTB
representa cerca de 4,5 mil caminhoneiros, e não vê problema de realizar
uma greve em plena pandemia.
"A pandemia
nunca foi problema. A categoria trabalhou para cima e para baixo durante a
pandemia. Muitos caminhoneiros ficaram com fome na estrada com os restaurantes
fechados, mas nunca parou", afirma Stringasci.
Segundo
ele, a alta do preço do diesel é o principal motivador da greve, mas conquistas
obtidas na paralisação de 2018, que chegou a prejudicar o abastecimento em
várias cidades, também estão na lista de dez itens que estão sendo
reivindicados ao governo para evitar a greve.
"Esse
(diesel) é o principal ponto, porque o sócio majoritário do transporte nacional
rodoviário é o combustível (50% a 60% do valor da viagem) Queremos uma mudança
na política de preço dos combustíveis", informa.
Ainda
monopólio da Petrobras, a produção de combustíveis no Brasil passou por
mudanças em 2016, quando foi instituído o PPI (Preço e Paridade de Importação),
praticado até hoje. Na época, os reajustes eram praticamente diários, seguindo
a flutuação do mercado internacional, mas agora obedecem apenas a lógica da
paridade, sem prazo determinado.
"A
Petrobras não foi criada para gerar riqueza para meia dúzia, a Petrobras é
nossa e tem que ajudar o povo brasileiro e o Brasil", afirma Stringasci.
"Queremos preços nacionais para os combustíveis, com reajuste a cada seis
meses ou um ano. Essa é uma das maiores lutas nossas desde 2018, e até antes, e
até hoje", destaca.
Outras
reivindicações são o preço mínimo de frete, parado no Supremo Tribunal Federal
(STF), após um recurso do agronegócio, e a implantação do Código Identificador
de Operação de Transporte (Ciot), duas conquistas de 2018.
Para
resolver a questão e evitar uma greve, os caminhoneiros querem uma reunião com
a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, que recebeu o apoio da
categoria nas eleições de 2018.
"A
categoria apoiou ele em 100% praticamente nas eleições. Então agora exige a
presença dele na reunião", explica.
Stringasci
diz que a greve já tem 70% de apoio da categoria e de parte da população,
diante de preços em alta não apenas no diesel, mas em outros combustíveis,
alimentos e outros itens que elevaram a inflação em 2020.
"Eu
creio que a greve pode ser igual a 2018. A população está aderindo bem, os
pequenos produtores da agricultura familiar também. Se não for igual, eu creio
que vai ser bem mais forte do que 2018", alerta.
Fonte: Bem Paraná
com informações do Estadão Conteúdo
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