Jair
Bolsonaro defendeu o voto impresso no Brasil para que “a gente possa,
realmente, ter um sistema eleitoral confiável em 2022”. Presidente dos EUA,
Donald Trump, vem usando este argumento para questionar a contagem de votos na
eleição no país
Jair Bolsonaro segue Donald Trump e defende voto em cédulas de papel visando possível judicialização das eleições de 2022
247 - Jair Bolsonaro afirmou, em uma live transmitida pelas redes
sociais nesta quinta-feira (5), que trabalhará pelo retorno do voto impresso no
Brasil para que, segundo ele, “a gente possa, realmente, ter um sistema
eleitoral confiável em 2022”. O Brasil usa a votação por meio eletrônico desde
1996.
A declaração de
Bolsonaro vem na esteira da judicialização das eleições nos Estados Unidos por
parte do presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump. Em um golpe
judicial, ele vem questionando o sistema eleitoral norte-americano e tentando
paralisar a contagem de votos em estados que favorecem o
democrata Joe Biden. Nos EUA, o voto é em feito em cédulas de papel.
Na transmissão, Bolsonaro disse que o
governo está estudando o sistema eleitoral de outros países que utilizam o
sistema de voto impresso. "O voto impresso é a maneira que você tem de
auditar, contar votos de verdade”, justificou. "Nós devemos, sim, ver o
que acontece em outros países, e buscar um sistema que seja confiável por
ocasião das eleições”, completou. Há cerca de três semanas, Bolsonaro já havia
dito a apoiadores que o uso de cédulas de papel evitaria fraudes
eleitorais.
Bolsonaro ainda
defendeu que o Congresso analise a proposta de emenda à Constituição (PEC)
135/2019. O proejto prevê a impressão de cédulas em papel na votação e na
apuração de eleições, plebiscitos e referendos em todo o país A PEC, de autoria
da deputada Bia Kicis (PSL-DF), foi aprovada pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, em dezembro de 2019.
Esta não foi a primeira vez que Bolsonaro
lançou dúvidas sobre o modelo das eleições utilizado no Brasil. Em março deste
ano, ele afirmou que a eleição de 2018 foi fraudulenta, embora tenha saído
vencedor do pleito disputado contra o petista Fernando Haddad. Apesar de afirmar
possuir provas que comprovariam sua acusação, ele nunca as apresentou.