sábado, 15 de agosto de 2020

Lula: “temos todas as condições de tirar Bolsonaro da presidência em 2022”


Em entrevista exclusiva à TV 247, o ex-presidente Lula não se colocou como possível candidato do PT à presidência nas próximas eleições presidenciais, mas deixou em aberto a possibilidade, ao dizer que estará na “disputa em qualquer que seja a posição, de lateral direito à ponta esquerda, jogando para restabelecer a democracia no nosso querido País”. Assista
Lula e Jair Bolsonaro
Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABr)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista exclusiva à TV 247 na última terça-feira (11), não quis se colocar de forma explícita como possível candidato à presidência da República pelo PT em 2022. Apesar disto, afirmou que estará lutando pelo restabelecimento da democracia brasileira “em qualquer que seja a posição”.
“Eu já fui presidente da República, acho que eu já fiz coisas razoáveis, acho que poderia ter feito mais, e tudo depende da circunstância política. Eu estarei vivo, forte, com muita energia, com muita vontade de brigar, muita vontade de restabelecer a democracia nesse País. Eu estarei na disputa em qualquer que seja a posição, de lateral direito à ponta esquerda, eu estarei jogando para restabelecer a democracia no nosso querido País”, afirmou.
O ex-presidente ainda avaliou que existem todas as condições para que Jair Bolsonaro seja derrotado nas próximas eleições. Lula também negou que haja no Brasil um movimento antipestista. “Não existe antipestismo ou pró-petismo, o que existe são eleitores que se manifestam em função da proposta que você possa apresentar durante a campanha. As pessoas podem ser petistas ou não petistas, bolsonaristas ou não bolsonaristas, ser Fernando Henrique Cardoso ou não Fernando Henrique Cardoso, mas as pessoas são convencidas pelo momento, pela realidade, são convencidas pelas propostas, pelas ideias e sobretudo pela força de uma campanha. Eu estou convencido que nós temos todas as condições de tirar o Bolsonaro da presidência da República em 2022”. 

Julgamento no STF da suspeição de Moro

Questionado sobre suas expectativas acerca do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal do habeas corpus de sua defesa que pede a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, Lula afirmou estar confiante por uma decisão favorável da Corte, já que apresentou diversos elementos que provam sua inocência enquanto a acusação tenta arrumar algum indício de crime cometido por ele.
Lula ainda disse que o julgamento no STF será um importante episódio para a restauração da integridade do sistema de justiça do País. “O meu julgamento não é simplesmente um julgamento político de um processo normal. Eu acho que foi construída toda uma mentira desde o impeachment da Dilma até chegar a minha prisão. Eu hoje considero que repor a verdade é trabalhar para salvar as instituições jurídicas deste País, é preciso que a Polícia Federal funcione como uma instituição forte, que não minta nos inquéritos. É preciso que o Ministério Público volte a ser uma instituição de respeito da sociedade, e para isso é preciso que os próprios procuradores sérios que tem lá rejeitem o comportamento dessa quadrilha da força-tarefa. Estou consciente de que eu serei inocentado, porque eu já apresentei todas as provas da minha inocência e falta essas pessoas, que na minha opinião fazem parte de uma quadrilha dentro da justiça brasileira, prestarem informações à sociedade sobre os crimes que eu cometi”.

Inscreva-se na TV e assista à entrevista de Lula na íntegra:

Gilmar Mendes mantém Queiroz em prisão domiciliar


O ministro Gilmar Mendes, do STF, determinou que Fabrício Queiroz e sua companheira Márcia Aguiar permaneçam em prisão domiciliar. Segundo o despacho de Gilmar, os fatos narrados não justificariam o cárcere do operador financeiro do clã Bolsonaro
Ministro Gilmar Mendes
Ministro Gilmar Mendes (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu habeas corpus a Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O ex-PM permanecerá em prisão domiciliar.
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “um dos argumentos centrais do magistrado é o de que os fatos narrados para determinar a detenção, de 2018 e 2019,​ não têm atualidade e por isso não justificariam a permanência do PM aposentado no cárcere. Com isso, a decisão do ministro Felix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que na quinta (13) determinou que Queiroz deixasse a prisão domiciliar e voltasse para o regime fechado, fica anulada.”
A matéria ainda acrescenta que “o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já havia emitido mandado de prisão para o ex-assessor de Bolsonaro. Ele perde a validade.”


Bolsonaro diz que donos da Globo podem ter recebido R$ 1,75 bilhão do doleiro Dario Messer


Em guerra contra a emissora dos Marinho, Jair Bolsonaro calculou pagamentos de US$ 300 mil por mês durante trinta anos e chegou a este número
(Foto: Reprodução | PR)

247 – Enquanto o noticiário da Globo aponta os esquemas de corrupção de Jair Bolsonaro com a chamada "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e no Congresso Nacional, com o desvio de recursos públicos que deveriam ser destinados a servidores públicos para pagamento de despesas pessoais do clã, o presidente tenta reagir na mesma moeda, acusando a Globo de ter recebido recursos lícitos do doleiro Dario Messer. Confira, abaixo, post de Bolsonaro e reportagem sobre a delação de Messer:


No acordo de delação premiada homologado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, Dario Messer, conhecido como o "doleiros dos doleiros" contou ao Ministério Público Federal do Rio que fez entregas regulares de dólares em espécie para a família Marinho, dona da Rede Globo. 
De acordo com reportagem da revista Veja, publicada nesta sexta-feira (14), Messer disse aos procuradores que a entrega dos pacotes de dinheiro acontecia dentro da sede da Rede Globo, no Jardim Botânico. "Messer diz que um funcionário de sua equipe entregava de duas a três vezes por mês quantias que oscilavam entre 50 000 e 300 000 dólares", diz a revista. 
Ao MPF-RJ, o doleiro não apresentou provas das acusações. Ele disse que as operações com a família Marinho se iniciaram nos 1990 e eram feitos por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York. 
Pelo acordo de delação premiada, Dario Messer se comprometeu a devolver aos cofres públicos cerca de R$ 1 bilhão. Ele ficará ainda com R$ 3 milhões e um apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. 
De acordo com o delator, a pessoa que recebia o dinheiro na Globo era um funcionário identificado por ele como José Aleixo. "O doleiro sustenta em depoimento que os destinatários do dinheiro seriam os irmãos Roberto Irineu (Presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo) e João Roberto Marinho (vice-presidente do Grupo Globo)", diz a Veja. 
Em nota à revista, a Rede Globo negou que Roberto Irineu e João Roberto Marinho nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior e nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades.