domingo, 2 de agosto de 2020

Mais um escândalo no BNDES: banco faz contrato milionário com empresa de conselheiro


A G5 Partners, de Marcelo Serfaty, foi contratada por R$ 9,5 milhões, o que aponta claro conflito de interesses
BNDES credencia 22 bancos para programa emergencial de acesso a crédito
BNDES credencia 22 bancos para programa emergencial de acesso a crédito (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

247 – O BNDES, que recentemente vendeu participação acionária numa empresa de energia por valor menor do que o oferecido por outro participante da disputa, é alvo de uma nova denúncia. O banco anunciou, entre dezembro de 2019 e fevereiro deste ano, três contratos de consultoria com o consórcio do qual faz parte a G5 Partners Consultoria e Participações, no valor total de R$ 9,7 milhões, para fazer a modelagem de privatizações ou venda de participação em estatais que o governo Jair Bolsonaro planeja realizar. O problema é o que o vencedor dos pregões eletrônicos tinha, até 31 de outubro de 2019, como um dos seus sócios, Marcelo Serfaty, presidente do Conselho de Administração do BNDES, segundo informa o jornalista Patrick Camporez, no jornal Estado de S. Paulo.
"O empresário continua vinculado com a G5 Partners. Eles são sócios na G5 Gestora de Recursos, da qual Serfaty detém 49,5% do negócio e segue como membro de comitê de investimentos. A G5 Partners tem  49% do negócio. O administrador é Renato Klarnet, representante legal da G5 Partners, na qualidade de sócio", aponta a reportagem. O jornalista informa que a área de integridade, controladoria e gestão de riscos do banco alertou sobre potencial conflito de interesses e pediu que o vínculo de Serfaty com a G5 fosse analisado pelo Comitê de Ética da instituição, o que não ocorreu. O banco enviou o caso para análise da Controladoria Geral da União (CGU), que ainda não se posicionou.

Com 2.709.617 infectados, Brasil tem 93.622 mortes por Covid-19


O Brasil registra 2.709.617 casos confirmados da Covid-19 com 93.622 mortes provocadas pela doença na manhã deste domingo. O balanço de sábado apontou 1.048 mortes nas últimas 24 horas
Funcionários de cemitério com roupa de proteção durante enterro de vítima da Covid-19 em Nova Iguaçu (RJ) 16/07/2020
Funcionários de cemitério com roupa de proteção durante enterro de vítima da Covid-19 em Nova Iguaçu (RJ) 16/07/2020 (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)

247 – O Brasil registra 2.709.617 casos confirmados da Covid-19 com 93.622 mortes provocadas pela doença, de acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde apurados até as 8h deste domingo (2) por um consórcio de veículos de imprensa. A informação é do portal G1
balanço mais recente divulgado no sábado (1º) às 20h apontou 93.616 mortes provocadas pela Covid-19, 1.048 nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 1.017, acrescenta a reportagem. 
levantamento foi apurado por um consórcio inédito formado entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, com dados das secretarias estaduais de saúde. A iniciativa dos veículos de comunicação foi desenvolvida a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde na gestão do interino Eduardo Pazuello.


STF ameaçou prender executivos do Facebook por afronta à decisão de Moraes


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, havia intimado o presidente do Facebook no Brasil e determinado o cumprimento “imediato” e “sem prejuízo de responsabilização penal pessoal” do bloqueio de bolsonaristas fora do país

247 - O Facebook recuou neste sábado (1°) e respeitou a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)de bloquear perfis bolsonaristas fora do país. Moraes havia intimado o presidente da empresa no Brasil e determinado o cumprimento “imediato” e “sem prejuízo de responsabilização penal pessoal”, que resultaria na prisão de executivos da empresa. A informação é do Blog da Cidadania. 
"O Facebook havia cumprido com a ordem de bloquear as contas no Brasil ao restringir a visualização das Páginas e Perfis a partir de endereços IP no país. Isso significa que pessoas com endereço IP no Brasil não conseguiam ver os conteúdos mesmo que os alvos da ordem judicial tivessem alterado sua localização IP", diz a empresa em posicionamento enviado ao portal G1. 
"A mais recente ordem judicial é extrema, representando riscos à liberdade de expressão fora da jurisdição brasileira e em conflito com leis e jurisdições ao redor do mundo. Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas enquanto recorremos ao STF", completa.
Em julho, a rede social tirou do ar 88 contas e páginas com operações ligadas a funcionários de Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro, o chamado gabinete do ódio. Também foram removidas 38 contas do Instagram envolvidas com irregularidades.
Na somatória, o esquema alcançava uma audiência de 2 milhões de pessoas, segundo a empresa Digital Forensic Research Lab (DRFLab), especializada no combate à desinformação.


Juristas defendem anulação das condenações da Lava Jato


"A Lava Jato burlou todas as regras do processo legal, penal e constitucional", explica Tânia de Oliveira, da ABJD
(Foto: Reuters | ABr)


Por Igor Carvalho, no Brasil de Fato – Irregularidades da Lava Jato podem levar à anulação das condenações produzidas a partir de investigações da operação. A avaliação é de juristas brasileiros, e dialogam com recentes críticas feitas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre a conduta "incompatível" da força tarefa.
Não é segredo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-ministro Sérgio Moro se tornaram inimigos políticos. E desde que o ex-magistrado foi exonerado do cargo, a Lava Jato se tornou um alvo comum do presidente, de seus filhos e de outros membros do governo. Agora, foi a vez do chefe do Ministério Público Federal (MPF), Augusto Aras, criticar publicamente a operação.
“Não podemos aceitar 50 mil documentos sob opacidade. É um estado em que o PGR não tem acesso aos processos, tampouco os órgãos superiores, e isso é incompatível. Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos", afirmou Aras, durante uma transmissão ao vivo do grupo Prerrogativas nas redes sociais.
Em outro momento, o PGR afirmou que “em todo o MPF [Ministério Público Federal] no seu sistema único tem 40 terabytes. Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos.”
Para Fernando Hideo, jurista e advogado criminalista, caso a conduta dos procuradores da Lava Jato seja condenada, processos e sentenças produzidos no âmbito da operação podem ser anulados.
“O principal é que os processos penais e as condenações injustas, produzidas no âmbito dessa operação, todos os processos e condenações devem ser anulados. Todos os agentes que aturam contrários a Constituições, devem ser punidos, mas é importantes que os processos sejam anulados”, explica Hideo.
Tânia Maria Saraiva de Oliveira, da coordenação executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABDJ), concorda que irregularidades da Lava Jato podem levar à anulação de condenações.
“A Lava Jato burlou, durante seis anos, todas as regras do processo legal, penal e constitucional. O trabalho feito pelo [Deltan] Dallagnol é lamentável, ele presta um desserviço para a credibilidade do sistema de Justiça. Tudo que está acontecendo hoje, essa briga do Aras com a Lava jato, tem um fundo político porque corresponde a disputa de Jair Bolsonaro com Sérgio Moro. Mas, na verdade, todas as irregularidades que são apontadas pelo Augusto Aras, foram efetivamente cometidas pela Operação Lava Jato.”
Ainda de acordo com Hideo, o chefe da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, e sua equipe podem responsabilizados na Justiça por possíveis ilegalidades cometidas durante a investigação.
“Os procuradores da República que atuaram na Lava Jato devem ser responsabilizados pela atuação na operação, em todas as esferas da Justiça. A condução desses procuradores não infringiu apenas as normas do Ministério Público, isso deve ter impacto na esfera cível e criminal”, finaliza Hideo.
De acordo com a CNN Brasil, um dos integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) revelou que oito dos onze conselheiros do órgão são favoráveis ao afastamento de Dallagnol da Lava Jato. O pedido de remoção do procurador foi feito pela senadora Kátia Abreu (TO).
“Passou da hora do Conselho Nacional do Ministério Público afastar Deltan Dallagnol da frente dessa operação, se é que existe algum motivo para a Lava Jato existir. Não é mais possível que ele continue à frente dessa investigação depois de tantas denúncias”, defende Tânia Oliveira.


Sargento preso com 37 kg de droga na Espanha recebe salário e verbas indenizatórias


O segundo sargento da FAB Manoel Silva Rodrigues, que foi preso na Espanha por tráfico de 37 kg de cocaína, no valor estimado de R$ 6,3 milhões, ainda recebe salário mensal bruto de R$ 8,1 mil, além de verbas indenizatórias
Manoel Silva Rodrigues; avão da FAB
Manoel Silva Rodrigues; avão da FAB (Foto: Reprodução | PR)

247 - O segundo sargento da FAB (Força Aérea Brasileira) Manoel Silva Rodrigues, preso na Espanha há mais de um ano por tráfico de 37 kg de cocaína, segue na ativa da instituição e recebendo salário em dia. No Brasil, o militar é réu por tráfico de drogas com valor estimado em R$ 6,3 milhões de acordo com o Ministério Público Militar. A informação é do portal UOL
Consta no Portal da Transparência que Manoel, mesmo sem trabalhar desde junho de 2019, recebe R$ 8,1 mil brutos mensais, incluindo até verbas indenizatórias. Em novembro, o valor bruto ultrapassou R$ 14,5 mil, devido à gratificação natalina. 

Fruto de fake news, governo Bolsonaro monta grupo de trabalho contra notícias falsas


Eleito a partir de mistificações como o "kit gay" e a mamadeira erótica, o governo de Jair Bolsonaro quer fixar regras para vetar anúncios de estatais em sites que publicam mentiras
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR | Reprodução)


Sputnik – O governo Jair Bolsonaro está montando um grupo de trabalho para elaborar regras, de modo a evitar que ministérios e estatais veiculem publicidade em sites que divulgam fake news.
A força-tarefa do governo pretende criar uma espécie de "selo de qualidade" que indique aos órgãos públicos que um veículo de informações não está envolvido em publicação de notícias falsas, informou Estadão nesta sexta-feira (31).
No mês de maio, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu publicidade do Banco do Brasil e cobrou do governo normas para garantir a confiabilidade de sites, como já acontece com empresas que desejam negociar com o setor público.
Depois da "dura" do TCU, seguida por pressões do STF e do Congresso, o governo criou o grupo de trabalho, composto por sete funcionários, que foi tornado oficial no dia 13 de julho por uma portaria assinada pelo ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo o documento, o grupo vai buscar "mitigar riscos para a integridade decorrentes da utilização de mídias digitais para veiculação de campanhas publicitárias financiadas com recursos de órgãos e entidades da administração federal direta e indireta".


Procuradores de Curitiba, que elegeram Bolsonaro, hoje se dizem arrependidos


Eles alegam que Jair Bolsonaro, eleito pela Lava Jato, combate a operação e o próprio "combate à corrupção"
Editor do Intercept aponta contradição dos procuradores da Lava Jato
Editor do Intercept aponta contradição dos procuradores da Lava Jato

247 – Os procuradores da chamada "República de Curitiba", que instrumentalizaram o Poder Judiciário e ajudaram a derrubar a ex-presidente Dilma Rousseff e a eleger Jair Bolsonaro, com a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão arrependidos do apoio ao bolsonarismo. É o que informa o colunista Guilherme Amado, da revista Época.
"Os procuradores da Lava Jato em Curitiba que votaram em Jair Bolsonaro em 2018, acreditando que o PT desmontaria a engrenagem de combate à corrupção, têm afirmado privadamente que se arrependeram do voto. Consideram que Bolsonaro está trabalhando deliberadamente para matar não só a Lava Jato, mas todas as condições que permitiram seu surgimento", diz ele, em sua coluna.