O
aprofundamento da crise econômica se reflete, entre outras coisas, na dura
realidade do desemprego, traduzindo-se em drama social para milhões de
brasileiros. A crise do mercado de trabalho se aprofunda. Pela primeira vez,
menos da metade (49,5%) da população em idade para trabalhar (14 anos ou mais)
estava ocupada
(Foto: Divulgação) |
247 - Segundo economistas, os sinais não são de melhora do
emprego nos próximos meses. Mesmo que a flexibilização do isolamento social
permita um retorno dos informais às ruas, a expectativa é de mais dispensas nas
empresas nos próximos meses.
Dados do IBGE
mostram que a população ocupada - empregados, empregadores, conta própria,
servidores - era de 85,9 milhões no trimestre até maio, queda de 8,3% frente
aos três meses anteriores e menos da metade do total da população em idade de
trabalhar. Houve uma perda de 7,8 milhões de vagas. É o pior resultado da série
histórica, iniciada em 2012, informa o Valor Econômico.
Quase 2 milhões de empregos foram perdidos
no comércio, o que representa redução de 11,1% ante os três meses
anteriores.
Outras atividades tiveram perdas
expressivas, como indústria (-1,23 milhão de postos), construção (-1,08 milhão)
e serviços domésticos (-1,17 milhão).
A taxa de desemprego do país cresceu de
11,6% no trimestre até fevereiro para 12,9% no trimestre até maio. O país tinha
12,9 milhões de desempregados. Segundo economistas, a taxa de desemprego do
país não mostrou a realidade do mercado de trabalho, porque o IBGE considera
desempregado quem procura trabalho e não encontra. Mas na quarentena a busca é
mais difícil.
Segundo cálculos da MCM Consultores, o
desemprego teria atingido 20 milhões de pessoas e a taxa estaria em
18,9%.
Com a flexibilização da quarentena, os
indicadores de desemprego devem mostrar alta em junho, refletindo uma maior
busca por vagas no mercado de trabalho. Há estimativas que apontam alta da taxa
para 14% em maio. Se confirmada, a taxa será um recorde da série.