domingo, 7 de junho de 2020

Em editorial, o Globo diz serem "inadmissíveis, flertes com ruptura da ordem constitucional"


"É lamentável que, três décadas depois da redemocratização, o Supremo ainda precise advertir governantes sobre a necessidade de obediência à Constituição", destaca o editorial de O Globo
Bolsonaro recua sobre post da renúncia ou golpe: ‘eu só passei’
Bolsonaro recua sobre post da renúncia ou golpe: ‘eu só passei’ (Foto: Adriano Machado - Reuters)

247 - Editorial do jornal O Globo deste domingo (7) ressalta que os seguidos ataques à democracia  levaram o Supremo Tribunal Federal a “reafirmar em sucessivas decisões um princípio republicano e democrático fundamental — o de que ninguém está acima da Constituição e todos os agentes públicos são igualmente responsáveis perante a lei”.
“É notável que no Brasil do século XXI o tribunal constitucional tenha julgado relevante, e conveniente, reiterar um primado indiscutível ou inquestionável desde os tempos da República romana, e resumido pelo então senador Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.): “Somos servos da lei, para que possamos ser livres”, destaca o editorial. 
“A mensagem permeou despachos em inquéritos nos quais figuram agentes públicos, entre eles o presidente Jair Bolsonaro, ministros e parlamentares. A eles se recordou o elementar dever de fidelidade à lei”, ressalta.
“Pela natureza tóxica à democracia são, portanto, inadmissíveis, flertes com ruptura da ordem constitucional e ameaças às instituições. É lamentável que, três décadas depois da redemocratização, o Supremo ainda precise advertir governantes sobre a necessidade de obediência à Constituição”, complementa o texto. 

MPF dá 72h para Ministério da Saúde explicar mudanças em dados da pandemia


Procedimento extrajudicial foi aberto pela Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral do MPF. Objetivo é averiguar as razões que teriam levaram o ministério a excluir o total de mortes provocadas pela Covid-19 dos boletins divulgados pela pasta
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello participa da 73ª Assembleia Geral da Saúde. Brasília, 18/05/020.


Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello participa da 73ª Assembleia Geral da Saúde. Brasília, 18/05/020. (Foto: Erasmo Salomão/MS)




247 - O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento extrajudicial para averiguar as razões que teriam levaram o Ministério da Saúde a excluir o total de mortes provocadas pela Covid-19 das estatísticas dos boletins divulgados pela pasta. O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, deverá prestar os esclarecimentos em um prazo de até 72 horas, segundo reportagem do UOL

Antifascistas chegam à Esplanada dos Ministérios em Brasília (vídeo)


De acordo com organizadores, a manifestação é “pela democracia e contra o racismo e o fascismo”. Os manifestantes usam máscaras e vestem preto
Manifestação em Brasília
Manifestação em Brasília (Foto: Reprodução/Twitter)

247 - Manifestantes antifascistas já ocupam a Esplanada dos Ministérios em Brasília neste domingo (7). Eles carregam faixas contra o fascismo e uma bandeira do Brasil.
Os organizadores afirmam que o ato é “pela democracia e contra o racismo e o fascismo”. Os participantes, dentre eles torcidas organizadas e integrantes de movimentos sociais, usam máscaras e vestem preto.
Ocorre também na Esplanada protestos pró-governo Jair Bolsonaro.

Moro condena alianças de Bolsonaro com políticos corruptos do centrão


"Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou", diz ele
(Foto: Divulgação)

247 – O ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro condenou a aproximação entre Jair Bolsonaro e políticos do centrão associados a escândalos de corrupção, como Roberto Jefferson. "Qualquer governo precisa de alianças políticas no Parlamento. A melhor maneira é pegar parlamentares que se destacam por um histórico de uma atuação mais ética e defender uma agenda positiva de combate à corrupção e valorizar essas personagens e não outros", disse ele, em entrevista ao jornalista Leandro Colon, da Folha de S. Paulo.
"Alianças com algumas figuras políticas questionáveis não contribuem para a imagem do governo. Entregar cargos, com orçamentos expressivos, para serem preenchidos por indicações políticas provenientes de pessoas condenadas ou acusadas de corrupção contraria tudo o que a Lava Jato representou."


"Quantos crimes Bolsonaro terá que cometer?", indaga Haddad, que pede seu afastamento


Presidenciável criticou a decisão de maquiar as estatísticas sobre coronavírus no Brasil

247 – "Só há duas maneiras de melhorarmos os números da pandemia: escondendo os óbitos ou afastando Bolsonaro. Quantos crimes ele precisará cometer para encararmos a verdade? Temos um fascista na presidência!", postou o ex-prefeito Fernando Haddad, em seu twitter, depois que Jair Bolsonaro e o bilionário Carlos Wizard anunciaram a decisão de recontar os mortos por coronavírus no Brasil. Saiba mais sobre o caso:
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu a medida do seu governo de divulgar apenas parcialmente os dados oficiais sobre o coronavírus no Brasil, que no momento é o segundo país do mundo com mais contágios da doença.
   Na sexta-feira, o Ministério da Saúde tirou do ar o site que mostrava a evolução da pandemia no tempo e por Estado e cidade. A pasta também parou de informar o total de casos e de mortos. O Brasil já tem mais de 645 mil infectados, só perdendo para os Estados Unidos, e mais de 35 mil mortos, tendo ultrapassado a Itália.
   “Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnóstica”, publicou a conta de Bolsonaro no Twitter.
   Nem Bolsonaro, nem o ministério deram motivo para retirada do site covid.saude.gov.br do ar. O portal vinha sendo uma importante fonte pública para acompanhamento da pandemia. A página ainda existe, mas exibe apenas a mensagem “Portal em Manutenção”.
   O governo também atrasou o relatório diário de infecções e mortes, que antes era divulgado às 17 horas, para além das 22 horas.
“A transparência de informação é um instrumento poderoso no combate à epidemia”, disse Paulo Jerônimo de Sousa, presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), em nota na qual acusa o governo de “tentar silenciar a imprensa tarde da noite”.
Indagado na sexta-feira sobre o atraso na divulgação dos dados, Bolsonaro —que já minimizou a Covid-19 chamando-a de “gripezinha” — afirmou: “Acabou matéria do Jornal Nacional.”
Apesar da tática de publicação dos números fora do horário do telejornal, na sexta-feira o Jornal Nacional interrompeu transmissão da novela da emissora para transmitir os números da doença.
O Brasil reportou mais mortes por coronavírus do que qualquer outro país no mundo por três dias consecutivos nesta semana.

Bolsonaro, diz que derruba seu governo e manda ele enfiar a condecoração


"Continue covarde e derrubo essa merda de governo de generais vendidos", disse ainda o "guru da Virgínia"
Bolsonaros postam vídeo do guru Olavo contra militares e botam fogo no cabaré do Planalto
Bolsonaros postam vídeo do guru Olavo contra militares e botam fogo no cabaré do Planalto (Foto: PR | Reprodução )

247 – Olavo de Carvalho pode estar abandonando Jair Bolsonaro. “Você não é meu amigo! Você se aproveitou! Enfia a condecoração no cu! Não quero mais saber! Você vê o crime e não faz nada. Isso é prevaricação! Continue covarde e derrubo essa merda de governo de generais vendidos”, disse ele em vídeo divulgado nas redes sociais.

FHC reconhece que Bolsonaro foi escolha trágica para o Brasil, mas não faz mea culpa por sua omissão em 2018


Na eleição presidencial, Fernando Henrique Cardoso, que agora prega conciliação, se negou a prestar apoio ao professor Fernando Haddad
(Foto: Reuters | PR)

247 – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publica artigo, neste domingo, em que reconhece que a eleição de Jair Bolsonaro foi uma escolha trágica para o Brasil, mas ainda não chega ao ponto de fazer sua autocrítica por não ter declarado apoio ao professor Fernando Haddad – o que, na prática, acabou sendo um apoio velado ao bolsonarismo. No artigo deste domingo, ele prega conciliação, mas parece ter a esperança de que surja uma candidatura de centro-direita para se contrapor ao neofascismo bolsonarista.