segunda-feira, 11 de maio de 2020

Desemprego pode chegar a 25% e será o maior em 25 anos


Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas prevê que, na média, taxa de desemprego deste ano subirá para 18,7%, depois de ter fechado 2019 com média de 11,9%
Desemprego dispara neste ano
Desemprego dispara neste ano (Foto: Divulgação)

247 - O desemprego deverá crescer neste ano para o nível mais elevado em, pelo menos, 25 anos por causa da crise, mostram cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e da Consultores. 
O estudo se baseia em diferentes pesquisas do IBGE para criar uma série histórica mais longa do mercado de trabalho, já que a série da atual pesquisa, a Pnad Contínua, retroage apenas até 2012. 
Reportagem do Valor Econômico mostra que nem na recessão econômica que durou de 2014 a 2016, nem nas sucessivas crises dos anos 1990, o desemprego terá sido tão intenso quanto o da recessão que se anuncia.


Moro pode enfrentar cerco do Centrão e do PT no Congresso


Juntos, o PT e o Centrão têm mais de um terço dos votos nas duas Casas - número mínimo para a criação da CPI, para investigar as denúncias de Sérgio Moro sobre supostas interferências de Jair Bolsonaro na PF. O ex-juiz, que abusou do poder durante a Lava Jato, agora teria cometido o crime de prevaricação quando era ministro da Justiça
(Foto: Marcelo Camargo - ABR)

247 - O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro é alvo da maioria dos parlamentares do Congresso, de uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. 
No Congresso, a soma de interesses do Centrão e do PT formou uma maioria para minar uma eventual candidatura do ex-ministro à presidência da República em 2022. A ideia seria apontar possíveis crimes cometidos de Moro durante o cargo de ministro da Justiça, depois que ele apontar interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O ex-juiz teria cometido o crime de prevaricação, por não ter exposto o delito mesmo sabendo. Juntos, o PT e o Centrão têm mais de um terço dos votos nas duas Casas - número mínimo para a criação da CPI, para investigar as denúncias de Moro. 
Em paralelo, uma ala do Supremo critica a condução dos processos da Lava-Jato por parte do ex-magistrado. Um exemplo é a jurisprudência firmada pela Corte há dois anos declarando inconstitucional a condução coercitiva de réus ou investigados para o interrogatório. Moro utilizou o expediente, por exemplo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
"A esquerda e o Centrão têm mais sede de pegar o [ex-ministro Sergio] Moro do que o [presidente Jair] Bolsonaro", confirmou ao jornal Valor Econômico um deputado de postura independente. 
De acordo com o parlamentar, é mais viável prosperar no Congresso um dos nove pedidos de abertura de comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar as denúncias de Moro do que um dos 31 requerimentos de impeachment contra Bolsonaro.
Depois de tirar o ex-presidente Lula da eleição, com uma sentença sem provas (processo do triplex em Guarujá), Moro chegou ao governo, mas não teve a força que esperava. A má articulação ficou evidente na votação do pacote anticrime, a vitrine de sua gestão no ministério, que foi conduzida na Câmara pelos deputados do Centrão: a presidente do grupo de trabalhos era a deputada Margarete Coelho (PI), do PP. Não foram aprovados, por exemplo, o trecho que ampliava o excludente de ilicitude e a prisão após a condenação em segunda instância.
O ex-juiz já via a sua imagem se deteriorar ainda mais com as revelações do Intercept Brasil sobre as irregularidades da Operação Lava Jato. De acordo com a série de reportagens, Moro atuava como uma espécie de assistente de acusação de procuradores. 


Semana decisiva: Bolsonaro pode ser denunciado por corrupção passiva e outros crimes


A partir desta segunda-feira, três ministros, seis delegados e uma deputada federal devem prestar depoimentos no inquérito que investiga a veracidade das acusações do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, contra o chefe do Executivo. Esses depoimentos serão decisivos para a investigação que pode determinar o afastamento de Jair Bolsonaro
Reunião do Ministério citada por Sergio Moro em depoimento à PF
Reunião do Ministério citada por Sergio Moro em depoimento à PF (Foto: Divulgação/ Marcos Corrêa/PR)

247 - O ocupante do Palácio do Planalto pode ser denunciado ainda nesta semana pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e outros crimes, como obstrução de Justiça e advocacia administrativa por tentar interferir na autonomia da Polícia Federal. São motivos suficientes para afastá-lo da Presidência da República.  
Se Bolsonaro for denunciado pela PGR e, se a Câmara aprovar o prosseguimento das investigações, Bolsonaro será afastado do cargo automaticamente por 180 dias, informa o jornalista Matheus Teixeira na Folha de S.Paulo.
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), pode decidir também nos próximos dias sobre a publicidade do vídeo da reunião ministerial em que Bolsonaro teria ameaçado Moro de demissão caso não trocasse o diretor-geral da PF.
A ampla divulgação do vídeo pode gerar um agravamento da crise política e institucional no país.Durante a reunião ministerial gravada em vídeo, membros do alto escalão do governo teriam feito severas críticas aos Poderes Judiciário e Legislativo e ataques à China. O chanceler Ernesto Araújo teria atribuído à China a responsabilidade pela pandemia do coronavírus, que ele chama de "comunavírus", com a anuência de Bolsonaro, o que pode gerar mais uma crise diplomática com o maior parceiro econômico e comercial do Brasil.