domingo, 10 de maio de 2020

Mais de 500 artistas assinam manifesto contra Regina Duarte: 'Não nos representa'


"Fazemos parte da maioria que entende a gravidade do momento que estamos vivendo e pedimos respeito aos mortos e àqueles que lutam pela própria sobrevivência no país devastado pela pandemia e pela nefasta ineficiência do poder público", diz o texto
Regina Duarte em entrevista à CNN Brasil
Regina Duarte em entrevista à CNN Brasil (Foto: Reprodução)

Sputnik – Um grupo de 512 artistas, jornalistas, produtores culturais e intelectuais assinou carta de repúdio à atuação da atriz Regina Duarte à frente Secretaria da Cultura do governo Bolsonaro.
"Como artistas, intelectuais e produtores culturais, formamos a maioria que repudia as palavras e as atitudes de Regina Duarte como Secretária de Cultura", diz o manifesto, segundo o portal G1. 
"Fazemos parte da maioria que não aceita os ataques reiterados à arte, à ciência e à imprensa, e que não admite a destruição do setor cultural ou qualquer ameaça à liberdade de expressão. Ela não nos representa", continua a carta. 
Regina foi criticada por muitos representantes da área cultural por ter aceito o cargo no governo do presidente Jair Bolsonaro. Além disso, ela vem sendo cobrada pelos artistas a promover políticas de proteção ao setor durante a epidemia do coronavírus. 
"Somos artistas brasileiros e fazemos parte da maioria de cidadãs e cidadãos que defende a democracia e apoia a independência das instituições para fazer valer a Constituição de 1988", afirma trecho da carta, assinada por artistas como Caetano Veloso, Lulu Santos, Adriana Esteves Chico Buarque e Marcelo Tas. 
'Pedidos respeito aos mortos'
A indignação do grupo aumentou após entrevista concedida pela secretária à Rede CNN Brasil na quinta-feira (7), na qual se esquivou de responder às perguntas feitas pela também atriz Maitê Proença sobre a atuação de sua pasta. Ela também minimizou a repressão ocorrida no período da ditadura militar e criticou a cobertura da imprensa sobre o coronavírus. 
"Fazemos parte da maioria que entende a gravidade do momento que estamos vivendo e pedimos respeito aos mortos e àqueles que lutam pela própria sobrevivência no país devastado pela pandemia e pela nefasta ineficiência do poder público", diz o texto.


Bolsonaro dobra gastos secretos com cartão corporativo da presidência


O total de gastos sigilosos vinculados a Bolsonaro e sua família foi de R$ 3,76 milhão neste ano, um salto em relação a períodos anteriores. Órgãos como GSI e Abin também tiveram alta
Jair Bolsonaro e General Augusto Heleno
Jair Bolsonaro e General Augusto Heleno (Foto: Carolina Antunes/PR)

247 – Jair Bolsonaro e sua equipe gastam cada vez mais recursos públicos sem prestar contas à sociedade. "Os gastos com cartão corporativo da Presidência da República, usado para bancar despesas sigilosas do presidente Jair Bolsonaro, dobraram nos quatro primeiros meses de 2020, na comparação com a média dos últimos cinco anos. A fatura no período foi de R$ 3,76 milhões, valor que é lançado mensalmente no Portal da Transparência do governo, mas cujo detalhamento é trancado a sete chaves pelo Palácio do Planalto", aponta reportagem de Patrick Camporez e Thiago Faria, publicada no jornal Estado de S, Paulo.
"O fato é que, neste início de ano, essas despesas deram um salto e fugiram do padrão do que gastaram os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer no mesmo período. Foge do padrão, inclusive, do que gastou o próprio Bolsonaro no seu primeiro ano de mandato, quando apresentou uma despesa de R$ 1,98 milhão de janeiro a abril. Mas não foi só a fatura dos cartões ligados diretamente a Bolsonaro que explodiu neste início do ano. O total de despesas sigilosas da Presidência, que inclui também gastos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aumentaram na mesma proporção. Foram R$ 7,55 milhões em despesas sigilosas da Presidência da República de janeiro a abril, 122% a mais do gasto no mesmo período do último ano do governo Temer. Em cinco anos, o mais próximo disso foram os R$ 4,69 milhões (em valores corrigidos pela inflação) despendidos em 2015, na gestão de Dilma", apontam ainda os jornalistas.

Celso de Mello quebra sigilo da explosiva reunião do Planalto em que Bolsonaro assumiu interferência na PF


Agora, tanto o ex-ministro Sergio Moro quanto o procurador-geral Augusto Aras terão acesso ao conteúdo
Celso de Mello, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro
Celso de Mello, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: STF | PR)

247 – O ministro Celso de Mello, do STF, autorizou, na noite de ontem, que as partes do inquérito que investiga suposta interferência na PF tenham acesso ao HD que contém os registros da reunião ministerial no Planalto realizada em 22 de abril, informa o portal jurídico Jota, em seu twitter.
A delegada Christiane Corrêa Machado, que preside o inquérito, irá receber o HD lacrado e deverá comunicar os demais e definir um horário para que compareçam à PF e assistam ao material uma única vez. Caso entenda necessário, poderá marcar novas audiências de inquirição.
"Sem prejuízo da imediata execução desta deliberação, registro que decidirei, brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital em questão", concluiu o relator, sobre tornar público o conteúdo.