sexta-feira, 1 de maio de 2020

Lula: este modelo de capitalismo está com os dias contados


Numa dura mensagem de Primeiro de Maio, o ex-presidente Lula afirma que a pandemia mostrou ao mundo que é o trabalho que sustenta o capital – e que as relações entre as duas forças devem mudar, em prol de um mundo mais justo e solidário
(Foto: Ricardo Stuckert)

247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou neste Primeiro de Maio uma contundente mensagem aos trabalhadores brasileiros. "O que nós esperamos, o que eu espero, é que o mundo que virá depois do coronavírus seja uma comunidade universal em que o homem e a mulher, em harmonia com a natureza, sejam o centro de tudo, e que a economia e a tecnologia estejam a serviço deles – e não o contrário, como aconteceu até hoje", disse ele. Confira, abaixo, o vídeo e leita também a íntegra do seu pronunciamento:



"Meus amigos e minhas amigas,
Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo,
Quero começar a minha fala prestando solidariedade aos familiares de todas as vítimas do coronavírus e a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão lutando para salvar vidas em todo o mundo.
Um vírus desconhecido conseguiu fechar fronteiras, trancar em casa mais de três bIlhões de seres humanos e mudar de maneira dramática a vida de cada um de nós. Há três meses estamos como num longo túnel sem fim, recebendo a cada dia notícias piores que as do dia anterior. A humanidade desperta todos os dias torcendo para que o número de mortos de hoje seja menor que o de ontem. Estamos vivendo os mais tenebrosos dias da nossa história.
O vírus, que ataca a todos, indistintamente, mostrou que a raça humana não é imortal e pode até desaparecer.
A História nos ensina, porém, que grandes tragédias costumam ser parteiras de grandes transformações.
O que nós esperamos, o que eu espero, é que o mundo que virá depois do coronavírus seja uma comunidade universal em que o homem e a mulher, em harmonia com a natureza, sejam o centro de tudo, e que a economia e a tecnologia estejam a serviço deles – e não o contrário, como aconteceu até hoje.
No mundo que eu espero depois da tragédia do coronavírus, o coletivo haverá de triunfar sobre o individual, a solidariedade e a generosidade triunfarão sobre o lucro.
Um mundo em que ninguém explore o trabalho de ninguém, um mundo em que se respeitem as diferenças entre um e outro, um mundo em que todos, absolutamente todos, disponham de ferramentas para se emancipar de qualquer tipo de dominação ou de controle.
Mas as grandes tragédias são também reveladoras do verdadeiro caráter das pessoas e das coisas. Não me refiro apenas ao deboche do presidente da República com a memória de mais de cinco mil brasileiros mortos pelo Covid.
A pandemia deixou o capitalismo nu. Foram necessários trezentos mil cadáveres para a humanidade ver uma verdade que nós, trabalhadores, conhecemos desde o dia que nascemos. A tragédia do Coronavírus expôs à luz do sol uma verdade inquestionável: o que sustenta o capitalismo não é o capital.
Somos nós, os trabalhadores. É essa verdade, nossa velha conhecida, que está levando os principais jornais econômicos do mundo, as bíblias da elite mundial, a anunciarem que o Capitalismo está com os dias contados. E está mesmo. Está moribundo. E está nas nossas mãos, nas mãos dos trabalhadores, a tarefa de construir esse novo mundo que vem aí.
O Brasil sempre foi uma terra de esperanças. Apesar das extremas dificuldades, nós que nascemos e vivemos aqui soubemos enfrentá-las e soubemos nos reinventar para crescer. O ódio e a ignorância se alimentam um do outro e são o oposto do que vai na alma brasileira. Como brasileiro, tenho a certeza que sairemos desta tragédia para um mundo melhor, para um Brasil melhor.
E é agora, em plena tempestade, que os brasileiros revelam o que são, o que somos: generosos, tolerantes, solidários. E é com esse espírito, essa alegria e essa criatividade que estamos todos lutando para sair das trevas e fazer chegar, o mais depressa possível, o amanhecer da justiça social, da igualdade e da liberdade.
Espero que a tragédia do Coronavírus seja a parteira do verdadeiro mundo novo que sonhamos.
Viva o povo trabalhador. Viva o Primeiro de Maio."
Luiz Inácio Lula da Silva


PGR escala três procuradores para acompanhar depoimento de Moro à PF


Após acusações feitas a Jair Bolsonaro pelo ex-ministro Sergio Moro, o ministro do STF Celso de Mello deu cinco dias para que Moro preste depoimento sobre suas declarações
Ex-ministro Sergio Moro 10/12/2019
Ex-ministro Sergio Moro 10/12/2019 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) escalou três procuradores para acompanhar o depoimento do ex-ministro Sergio Moro à Polícia Federal, informou a instituição nesta sexta-feira (1).
Os procuradores designados pela PGR são: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.
Ao deixar o cargo de ministro da Justiça, Moro fez acusações contra Jair Bolsonaro, o que motivou um pedido de abertura de inquérito ao STF por parte da PGR.
O ministro do Supremo Celso de Mello autorizou o inquérito e deu o prazo de cinco dias para que Moro preste depoimento à PF.
O ex-ministro Moro afirmou que apresentará provas que mostram a tentativa de Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. 


PF prepara 'bote' em parlamentares bolsonaristas ligados às fake news


A suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a PF propiciou que investigadores preparem uma ação contra parlamentares bolsonaristas supostamente ligados ao esquema de fake news
Carros da Polícia Federal
Carros da Polícia Federal (Foto: REUTERS/Nacho Doce)

247 - A suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, terá consequências para parlamentares bolsonaristas, de acordo com Robson Bonin, da Veja.
A suspensão da Ramagem deu mais tempo para que investigadores preparem uma ofensiva contra parlamentares apoiadores de Jair Bolsonaro supostamente ligados ao esquema de propagação de fake news.

PF espera ataque de Bolsonaro após entrega de novo relatório sobre facada


Bolsonaro deve desfechar novo ataque contra a Polícia Federal, depois que novo relatório do órgão indicou que Adélio Bispo agiu sozinho ao esfaqueá-lo em Juiz de Fora (MG) durante a campanha eleitoral, em setembro de 2018
(Foto: ABR | Reuters)

247 - Delegados da Polícia Federal estão se preparando para uma nova investida de Jair Bolsonaro contra o órgão. Eles acreditam que ela virá, após a divulgação do novo relatório da PF mostrando que Adélio Bispo agiu sozinho, sem mandante ou participação de terceiros na facada de 2018. Bolsonaro usará isso para atacar a instituição e justificar a troca de comando. A informação é da colunista Bela Megale
O chefe da Abin, Alexandre Ramagem, já tinha decidido, de comum acordo com Bolsonaro, substituir o atual comando da PF em Minas Gerais, que lidera a investigação sobre a facada. A operação está suspensa com o cancelamento de sua nomeação como diretor-geral da instituição pelo Supremo.
Na última terça-feira (28), Bolsonaro disse que a investigação “vai ser reaberta” e que foi “negligenciada”. O presidente questionou a conclusão de um inquérito anterior também conduzido pela PF, que concluiu, ainda em 2018, que Adélio agiu sozinho.


PGR ao Itamaraty que recue da decisão de expulsar diplomatas venezuelanos do Brasil


Augusto Aras adverte que a decisão do governo Bolsonaro pode contrariar tratados e convenções internacionais. O governo da Venezuela já havia afirmado que “o pessoal diplomático e consular da Venezuela no Brasil não abandonará suas funções sob subterfúgios fora da lei internacional”
Augusto Aras, Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo
Augusto Aras, Jair Bolsonaro e Ernesto Araújo (Foto: ABr)

247 - O procurador-geral da República, Augusto Aras, por meio de ofício enviado nesta sexta-feira (1) ao Itamaraty, pede que seja suspensa a decisão de expulsar diplomatas venezuelanos do Brasil.
Na última terça-feira (28), o Ministério de Relações Exteriores do Brasil comunicou que os 34 funcionários diplomáticos venezuelanos devem abandonar suas sedes e regressar à Venezuela no máximo até o dia 2 de maio.
A PGR afirma que a decisão pode contrariar tratados e convenções internacionais por conta da situação dos serviços de saúde na Venezuela em meio à pandemia do coronavírus.
O ofício também ressalta o risco de contágio ao qual os diplomatas estariam submetidos ao viajarem à Venezuela. 
Em comunicado oficial publicado nesta quinta-feira (30), o governo Maduro afirmou que “o pessoal diplomático e consular da Venezuela no Brasil não abandonará suas funções sob subterfúgios fora da lei internacional”.