quarta-feira, 29 de abril de 2020

Alexandre de Moraes suspende nomeação de Ramagem para a PF


O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre de Ramagem para a Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ramagem é amigo da família de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de interferência na corporação
Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem
Alexandre de Moraes, Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem (Foto: STF | Valter Campanato/Agência Brasil)

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Alexandre de Ramagem para a Diretoria-Geral da Polícia Federal. A informação foi publicada pela CNN Brasil.
"Diante de todo o exposto, nos termos do artigo 7o, inciso III da Lei 12.016/2016, DEFIRO A MEDIDA LIMINAR para suspender a eficácia do Decreto de 27/4/2020 (DOU de 28/4/2020, Seção 2, p. 1) no que se refere à nomeação e posse de Alexandre Ramagem Rodrigues para o cargo de Diretor-Geral da Polícia Federal", escreveu o ministro em sua decisão.
A nomeação de Ramagem causou polêmica, depois que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir na PF. "Isso não é função do presidente, ficar se comunicando com Brasília para obter informações que são sigilosas. Esse é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um Estado democrático de Direito", disse o ex-juiz em coletiva de imprensa na sexta-feira (24). 
Moraes também é relator de outros dois inquéritos no STF. Um pede a investigação sobre envolvidos na organização de atos pró-golpe - Bolsonaro compareceu a um deles. O outro inquérito apura a disseminação da fake news, um esquema criminoso que tem envolvimento da família presidencial. 

Aprovação do governo Bolsonaro despenca de 31% para 19%, diz pesquisa


Pesquisa do site Jota, especializado na área jurídica, feita nos dias 25 e 26 de abril em parceria com a consultoria Quaest, também aponta que a avaliação negativa do governo Jair Bolsonaro passou de 35% em março para 49% no levantamento atual
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - Pesquisa do site Jota, especializado na área jurídica, feita nos dias 25 e 26 de abril em parceria com a consultoria Quaest, aponta que revela que a avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro é de 19%. No primeiro levantamento feito neste mês o percentual era de 31%. A avaliação negativa passou de 35% em março para 49% na pesquisa atual.
De acordo com os dados, 30% dos brasileiros consideram o governo regular. No levantamento anterior o percentual era de 24%.
Entre eleitores que se identificavam como de "direita", o apoio a Bolsonaro caiu de 65% para 35%.


"E daí? Lamento. Eu sou Messias, mas não faço milagre", diz Bolsonaro sobre mais de 5 mil mortes pela Covid


No dia em que o País registra recorde de 474 mortes em um dia, chegando a 5.017 mortes por Covid-19, Jair Bolsonaro reage com piada. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse ele
(Foto: Reprodução / TV Globo)

247 - Dados do Ministério da Saúde desta terça-feira (19) mostram que subiu para 5.017 o número de mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil. Com isso, o país ultrapassou a China, que registra oficialmente 4.643.
Ao ser questionado sobre esse aumento, Jair Bolsonaro afirmou: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse ele fazendo um trocadilho com o seu nome, Jair Messias Bolsonaro, com um personagem bíblico.
Sobre a ação movida pelo jornal O Estado de S. Paulo, que ganhou liminar exigindo que Bolsonaro apresente em 48 horas (sob pena de multa de R$ 5 mil) "o laudo de todos os exames" dele de teste de coronavírus.
"Daqui a pouco vão querer saber se eu sou virgem ou não. Dá positivo ou não? Se nós dois [presidente e o repórter] estivermos com Aids, a lei nos garante o anonimato. Da minha parte, não tem problema nenhum em mostrar, mas quero ter o direito de não mostrar", disse.

Bolsonaro pode pegar até 19 anos de prisão se for condenado pelo STF


Ministro Celso de Mello abriu inquérito para apurar acusações de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro, que, segundo o procurador Augusto Aras, pode ter cometido seis crimes, dentre eles obstrução judicial, corrupção passiva privilegiada e falsidade ideológica. Caso seja condenado à pena máxima em todos os crimes, Bolsonaro pode ficar até 19 anos e três meses preso
(Foto: STF | Reuters)

247 - Jair Bolsonaro pode pegar até 19 anos e três meses de prisão se for condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após o ministro Celso de Mello autorizar a abertura de um inquérito com o objetivo de apurar as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de que Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal. A informação é da coluna de Guilherme Amado
A decisão de Mello atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, que citou seis possíveis crimes de Bolsonaro: obstrução judicial,  corrupção passiva privilegiada, falsidade ideológica, prevaricação, coação no curso do processo e advocacia administrativa.
Caso seja condenado à pena máxima em todos esses crimes, Bolsonaro pode ficar até 19 anos e três meses preso.
As acusações contra ele foram feitas por Sérgio Moro na última sexta-feira (24), depois que Bolsonaro exonerou Maurício Valeixo da Diretoria-Geral da PF, subordinada ao ministério da Justiça. Se a acusação for comprovada, seria crime de responsabilidade. "O presidente me relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações pessoais. E isso não é função da PF", disse.