segunda-feira, 23 de março de 2020

Hospital onde Bolsonaro fez teste do coronavírus entrega lista de pacientes infectados, mas mantém sigilo


A Secretaria de Saúde se recusou a informar se o presidente figura entre os pacientes que testaram positivo
(Foto: Abr)

247 - O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, onde Jair Bolsonaro fez teste do coronavírus, cumpriu a decisão judicial de entregar à Secretaria de Saúde do Distrito Federal os nomes dos pacientes que testaram positivo.
Segundo Bolsonaro, seu resultado deu negativo para o coronavírus. Porém, ele tem se recusado a mostrar o exame. A Secretaria de Saúde se recusou a informar se o presidente figura entre os pacientes que testaram positivo.
"A Secretaria de Saúde informa que os prontuários médicos são protegidos pelo sigilo, que preserva o paciente, e não há obrigatoriedade de divulgação de exames pessoais", afirmou em nota.
A comitiva que acompanhou o presidente aos Estados Unidos teve 23 infectados.

Governo trará nova MP para autorizar corte de 50% em salário e jornada de trabalho


Texto deve ser apresentado nos próximos dias, com entrada imediata em vigor
Governo trará nova MP para autorizar corte de 50% em salário e jornada de trabalho
Governo trará nova MP para autorizar corte de 50% em salário e jornada de trabalho (Foto: Divulgação)

247 - O governo federal deverá emitir uma nova Medida Provisória para viabilizar a MP 927, que permite a redução de salários de trabalhadores e jornadas de trabalho em até 50% por até quatro meses, em meio à pandemia do novo coronavírus. 
Segundo a Folha de S. Paulo, o texto deve ser apresentado nos próximos dias, com entrada imediata em vigor. Pela MP publicada, o governo ainda daria uma compensação de salário para parte dos trabalhadores que tivessem salários cortados durante o período de crise. Esse auxílio, destinado a quem recebe até dois salários mínimos, seria uma antecipação de 25% do valor que essas pessoas que teriam direito mensalmente se perdessem o emprego e solicitassem o seguro-desemprego.
Nesta segunda-feira, 23, horas após a publicação da MP 927 e após intensa repercussão negativa da medida, que desampara o trabalhador em meio à pandemia, Jair Bolsonaro recuou. 

Justus explica áudio em que chama coronavírus de "gripezinha": estamos exagerando na dose


"Estamos dando um tiro de canhão para matar um pássaro", disse o empresário Roberto Justus, para explicar áudio em que minimiza as consequências do coronavírus (vídeo)
Roberto Justus
Roberto Justus (Foto: Creative Commons)

247 - O empresário Roberto Justus publicou um vídeo em rede social para explicar o áudio que viralizou pela web no qual chama o coronavírus, que matou milhares de pessoas, de "gripezinha".
Justus explicou que, estatisticamente, o coronavírus não tem grande poder de letalidade e que, por isso, as medidas adotadas para a contenção do vírus estão sendo exageradas. 
"Estamos dando um tiro de canhão para matar um pássaro. Estamos exagerando na dose", disse. "Estamos parando a economia brasileira", complementou.




Sem condições de defender Bolsonaro, apoiadores tentam pôr a culpa em Lula sobre sistema de saúde


Na quinta, Lula defendeu o investimento público contra a crise do novo coronavírus e disse que “depois que salvar o povo a gente discute como salvar a economia”
Sem condições de defender Bolsonaro, apoiadores tentam pôr a culpa em Lula sobre sistema de saúde
Sem condições de defender Bolsonaro, apoiadores tentam pôr a culpa em Lula sobre sistema de saúde (Foto: Twitter via Fotos Publicas)




Fórum - A deputada federal Bia Kicis (PSL-SP) fez uma publicação na tarde desta segunda-feira (23) resgatando uma frase dita pelo ex-presidente Lula em meados de 2013 em que ele defende a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil.

“Lula defendendo a construção de estádios ao invés de hospitais. Grande estadista E a mídia caladinha, grande parte dos políticos também”, escreveu a parlamentar ao compartilhar vídeo sem citar a data.
Na ocasião, o ex-presidente respondia sobre os questionamentos de que os investimentos que seriam feitos para a construção de estádios retirariam aportes financeiros para o setor da saúde.
Leia a íntegra na Fórum. 

Novo boletim eleva para 60 os casos confirmados de coronavírus no Paraná; ainda há 1.518 suspeitos

Foto: Marcello Casal Jr/ABr)


A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou mais seis casos de coronavírus no Paraná nesta segunda-feira (23). Os pacientes são de Curitiba (3), Cianorte (2) e Cascavel (1). Curitiba conta com 34 casos, segundo o boletim da Sesa.
As seis mulheres têm entre 28 e 53 anos com viagens para São Paulo, Emirados Árabes e/ou contato com caso confirmado.
O Paraná tem agora 60 casos confirmados, 1.518 em investigação e 159 oficialmente descartados. O Estado aguarda a normalização do sistema do Ministério da Saúde para poder negativar aproximadamente 600 resultados emitidos pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). A plataforma apresenta instabilidade há cerca de uma semana.
FAKE NEWS – A Sesa reforça que as informações oficiais são sempre divulgadas no site e redes sociais da Saúde e do Governo do Estado.
“Pedimos à população que não compartilhe notícias e informações não oficiais para evitarmos a divulgação de fakenews e posteriormente a instalação de pânico desnecessário. A informação de qualidade e oficial é uma forma de garantir a melhor e mais adequada orientação aos paranaenses”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.


Bolsonaro pode levar país a uma guerra social, diz Eduardo Gianetti


O economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos mais respeitados do país, adverte: a estratégia de Bolsonaro contra o coronavírus pode levar a “uma situação de privação material gravíssima. A próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”
Eduardo Gianetti e Jair Bolsonaro
Eduardo Gianetti e Jair Bolsonaro (Foto: Fronteiras do Pensamento/Greg Salibian | Isac Nóbrega/PR)

247 - “Podemos ter uma situação de privação material gravíssima. A próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”, diz o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos mais respeitados do país, sobre a estratégia bolsonarista de combate ao coronavírus, em entrevista à jornalista Érica Fraga na Folha de S.Paulo.
O olhar de Gianetti sobre Bolsonaro converge com a avaliação que se generaliza em todo mundo, da China à Europa, exceto para Trump: “Se esta crise tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição e a redução a pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida. Lideranças desse tipo colocam em risco à humanidade”.
O negacionismo de Bolsonaro na pandemia, com a mesma lógica da negação das mudanças climáticas, mas com efeitos políticos nefastos para o líder da extrema-direita: “É uma postura negacionista igualzinha à que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo pela ciência. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a mesma da mudança climática.” Ele acrescenta: “Houve uma perda, possivelmente irreparável, de capital político pelo equívoco cometido diante da crise atual”.


Bolsonaro prevê milhões de desempregados e diz que povo está sendo enganado sobre coronavírus


Ao se dar conta de que seu desgoverno será marcado por uma catástrofe sanitária e econômica, Jair Bolsonaro decidiu atacar a imprensa e os governadores
(Foto: Isac Nobrega/PR)

247 - Em mais uma entrevista irresponsável, desta vez à TV Record, Jair Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia de coronavírus, afirmou que as pessoas “em breve” perceberá que “está sendo enganado”. 
“Brevemente o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão do coronavírus”, disse em entrevista à TV Record, veiculada na noite deste domingo. 
“Espero que não venham me culpar lá na frente pela quantidade de milhões e milhões de desempregados na minha pessoa”, acrescentou.
Ele também chamou os governadores de “exterminadores de empregos” por decretarem medidas restritivas de circulação de pessoas, a exemplo do que vem adotando todos os países. 
“Não podemos exterminar empregos, senhores governadores. Sejam responsáveis. Nós estamos fazendo a coisa certa, seguindo os protocolos, com responsabilidade”, criticou.
Sobre os panelaços, disse que “foram estimulados pela Globo, endossado pela revista Veja, entre outros órgãos de imprensa”. 


Bolsonaro edita MP que permite suspensão de contrato de trabalho e salários por quatro meses


O presidente Jair Bolsonaro editou uma medida provisória, publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite de domingo,22, que permite que contratos de trabalho e salários sejam suspensos por até quatro meses durante o período de calamidade pública. A medida é parte do conjunto de ações do governo federal para combater os efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.

Como se trata de uma medida provisória, o texto passa a valer imediatamente, mas ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional no prazo de até 120 dias para não perder a validade. O governo federal defende a proposta como forma de evitar demissões em massa.
Segundo a MP, a suspensão de contratos deve ser feita de modo que, no período, se garanta a participação do trabalhador em curso ou programa de qualificação profissional não presencial oferecido pelo empregador ou alguma entidade.
A medida provisória também estabelece que:
O empregador não precisará pagar salário no período de suspensão contratual, mas "poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal" com valor negociado entre as partes
Nos casos em que o programa de qualificação não for oferecido, será exigido o pagamento de salário e encargos sociais, e o empregador ficará sujeito a penalidades previstas na legislação
A suspensão dos contratos não dependerá de acordo ou convenção coletiva
Acordos individuais entre patrões e empregados estarão acima das leis trabalhistas ao longo do período de validade da MP para "garantir a permanência do vínculo empregatício", desde que não seja descumprida a Constituição
Benefícios como plano de saúde deverão ser mantidos
Antecipação de férias individuais
Concessão de férias coletivas
Aproveitamento e antecipação de feriados
Banco de horas
Suspensão de exigências administrativas em segurança e saúde no trabalho
Direcionamento do trabalhador para qualificação
Adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
Férias podem ser antecipadas no período de até 48 horas, desde que o trabalhador seja avisado
Para trabalhadores da área de saúde e serviços considerados essenciais, as férias podem ser suspensas.
Teletrabalho (trabalho à distância, como home office)
Não será preciso alterar contrato para o empregador determinar o teletrabalho e a posterior volta ao trabalho presencial
O empregado deve ser informado da mudança com no mínimo 48 horas de antecedência
Fonte: Bem Paraná