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Arquivo/Hedeseon Alves/AEN |
O TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) determinou a devolução de quase R$ 600 mil referentes a obras do CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) Seiji Hattanda, em Ibaiti, no norte pioneiro. A apuração está relacionada às investigações da Operação Quadro Negro.
Um procedimento de Tomada de Contas Extraordinária apura fraudes nos pagamentos. Conforme o TCE, as irregularidades forma comprovadas pela 7ª ICE (Sétima Inspetoria de Controle Externo).
Os envolvidos ainda podem recorrer da decisão.
Em 2012, a empresa TS Construção Civil Ltda. recebeu quase R$ 8 milhões para as obras do CEEP de Ibaiti. Deste total, de acordo com o TCE-PR, R$ 951.350,80 não corresponderam a parcelas executadas da obra.
Entre o montante considerado irregular, quase R$ 600 mil foram empenhados pelo governo estadual (outra parte é referente a recurso federais). Por isso, a condenação do TCE-PR aponta para o menor valor.
CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA
Assim, foram condenados o engenheiro responsável pela fiscalização das obras, Ângelo Antônio Ferreira Dias Menezes, e o diretor da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) da Secretaria de Estado da Educação à época dos fatos, Maurício Jandoí Fanini Antônio.
Além disso, foram imputados a empresa TS Construção Civil Ltda.; o representante da construtora, Jackson Giovani Pierin; e o responsável técnico da obra pela empresa contratada, Mário Yoshitaka Hara.
Juntos, conforme o TCE-PR, eles devem fazer uma devolução solidária de R$ 597.742,65. Os valores são referentes a pagamentos adiantados pela execução da obra.
Além disso, cada um dos condenados recebeu, de forma proporcional às responsabilidades identificadas, multa de 30% sobre o montante a ser restituído.
OUTRO LADO
Ao TCE-PR, Fanini disse que não era responsável pelas medições da obra, nem pela liberação de pagamentos. Além disso, afirmou que somente o engenheiro fiscal responsável pela verificação dos serviços poderia informar o valor e atestar sua adequação em relação ao cronograma de execução das obras.
Conforme a defesa, a indevida liberação de valores decorreu da formulação de relatórios de medição em desconformidade com a realidade do canteiro de obras. De acordo com ele, seria impossível ter intercedido para facilitar os pagamentos.
O engenheiro Ângelo Menezes afirmou que foi designado para a fiscalização de várias obras ao mesmo tempo. Conforme a defesa, ele dependia da colaboração de outros profissionais. Além disso, afirmou não ter acompanhado a obra da escola técnica de Ibaiti.
Os demais responsáveis não apresentaram defesa ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
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Fanini, ex-diretor da Seed, foi o primeiro condenado da Operação Quadro Negro (Reprodução/TJ-PR) |
QUADRO NEGRO
A Operação Quadro Negro, desencadeada pelo MPPR (Ministério Público do Paraná), apura desvios de recursos da Secretaria de Estado da Educação durante a gestão do ex-governador Beto Richa.
Conforme as investigações, obras de construção e reforma de colégios estaduais foram fraudadas. O dinheiro foi desviado em benefício de agentes públicos e político. Além disso, os desvios teriam abastecido campanhas eleitorais.
De acordo com o TCE-PR, as tomadas de contas apuram irregularidades que envolvem seis empresas e 42 agentes públicos e privados. Os recursos em processo de devolução ultrapassam os R$ 30 milhões.
Fonte: paranaportal