Colunista
do Estado de S.Paulo, Eliane Cantanhêde destaca que a decisão do ministro
Ricardo Lewandowski, do STF, de dar acesso aos arquivos hackeados da Lava Jato
para os advogados do ex-presidente, “é pró-Lula, anti-Moro” e o momento foi
escolhido “a dedo, com o Supremo já em chamas”. Para ela, o STF deve tornar
Lula "elegível em 2022"
247 - A colunista do Estado de S.Paulo Eliane Cantanhêde escreveu, nesta terça-feira, 29, que ao dar
acesso aos arquivos hackeados da Lava Jato para os advogados do ex-presidente
Lula, o ministro do STF “Ricardo Lewandowski tirou o pino da granada e vem por
aí uma explosão política com epicentro no Supremo Tribunal Federal e estilhaços
nas eleições presidenciais de 2022”. Cantanhêde conclui: "Se o STF declara
a suspeição de Moro, tudo volta à primeira instância, à estaca zero. E Lula se
torna elegível em 2022".
“Lewandowski
escolheu o momento a dedo, com o Supremo já em chamas”, escreve. Segundo ela,
“o impacto mais previsível tende a ser no julgamento sobre os pedidos de
suspeição de Moro nos casos de Lula, que estão na Segunda Turma do STF e
embutem a tentativa de anular suas condenações pelo triplex do Guarujá, pelo qual
já ficou 580 dias preso, e pelo sítio de Atibaia”.
Segundo
a colunista, que apoiou a Lava Jato, o golpe de 2016 e a eleição de Bolsonaro,
Gilmar Mendes tem uma posição estabelecida sobre o caso, que não escapa à
comparação com Flávio Bolsonaro: "'A gente deve a Lula um julgamento
decente', repete Gilmar há anos, enquanto nas redes sociais grassa uma
comparação: o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou e vendeu uns
20 imóveis, muitas vezes com dinheiro vivo, mas Lula foi preso por um apartamento
que nunca comprou, vendeu ou usou".
Ainda de acordo com Cantanhêde, a sinalização de Lewandowski
é, de fato, "pró-Lula, anti-Moro”, pois “em agosto deste ano, a Segunda
Turma decidiu pela ‘parcialidade’ do então juiz e anulou a sentença do doleiro
Paulo Roberto Krug no caso Banestado, sob alegação do próprio Lewandowski e do
ministro Gilmar Mendes de que Moro teria atuado não como juiz, mas como
‘auxiliar’ do Ministério Público até na produção de provas. Essa alegação é a
mesma nos casos de Lula”.
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