Ex-ministro
Alexandre Padilha lembra que 80 milhões de brasileiros foram vacinados em
apenas três meses
O legado da campanha de vacinação implementada pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) em meio à pandemia do vírus H1N1, entre 2009
e 2010, deveria ser usado como exemplo pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido)
contra a covid-19. Essa é
a visão do deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), então ministro da Saúde
do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2010, o país foi o que mais vacinou
cidadãos contra H1N1 pelo sistema público no mundo. A gripe A foi considerada
uma pandemia global até agosto daquele ano, e matou 2,1 mil brasileiros.
A imunização contra o vírus H1N1 começou
em março de 2010 e pretendia conter uma "segunda onda" de casos da
doença no outono e no inverno.
O Ministério da Saúde definiu
então cinco grupos prioritários para a vacinação:
indígena, gestantes, portadores de doenças crônicas, crianças
entre seis meses e dois anos de idade e jovens com idade entre 20 e
39 anos. Diferentemente da covid-19, os idosos não eram considerados grupo de
risco.
Em 2008, Lula (PT) e o então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), se uniram para divulgar campanha de vacinação em massa contra gripe. Hoje, Bolsonaro (sem partido) e João Doria (PSDB) colocam disputa política acima da preocupação sanitária / Foto: Ricardo Stuckert
"O Brasil tem todas as condições
financeiras, institucionais e técnicas de fazer um grande plano de
vacinação para todos e todas. Na pandemia de H1N1, eu era ministro [da Saúde]
do presidente Lula, e em 2010 foram mais de 100 milhões de pessoas vacinadas.
Destas, 80 milhões em apenas três meses", ressalta Padilha.
"Temos instituições públicas, temos
tradição, temos o SUS, temos pesquisadores que conhecem de vacina e temos
todos os recursos necessários. O problema é que o governo Bolsonaro é
contra o programa nacional de imunização", critica o ex-ministro.
O ano de 2019, o primeiro sob governo
Bolsonaro, foi também o primeiro do século em que o Brasil não atingiu a
meta de vacinação em crianças.
Embora tenha autorizado R$ 20 bilhões para
compra de vacinas, Bolsonaro segue em um esforço de contrapropaganda da
imunização. Ele próprio afirma que não pretende se
vacinar e, em outubro prometeu que não liberaria a entrada
da "vacina da China" – modo pejorativo como se refere à
CoronaVac, modelo que está na fase 3 de testes.
Edição:
Marina Duarte de Souza
Fonte: Brasil de Fato
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