O Núcleo de Londrina do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público
do Paraná (MPPR), cumpriu nesta sexta (18) dois mandados de prisão preventiva
em Arapongas, Norte do Estado. Foram presos o presidente da Câmara Municipal,
Osvaldo Alves dos Santos (PSC), e um contador, investigados por lavagem de
dinheiro de origem ilegal. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de
Arapongas.
As investigações tiveram início a partir da análise de termos
circunstanciados firmados na Polícia Civil em que se apurou a existência
de 257 pontos de jogo de bicho na cidade. Do total arrecadado nos pontos de
jogos, 80% seria destinado ao vereador. Segundo a apuração, parte da lavagem do
dinheiro era feita por meio da simulação de venda de sementes de capim para
empresas de fachada do ramo agropastoril, criadas pelo contador investigado em
nome de “laranjas”. O valor total dessas transações chegaria a R$
3.077,467,14. As prisões foram decretadas pois verificou-se que os investigados
continuavam a praticar as condutas criminosas no curso das apurações.
Apreensões – Em etapas anteriores das investigações, a partir de medidas
cautelares deferidas pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Arapongas, a pedido do
Gaeco, foram apreendidos, em 18 de setembro deste ano, diversos objetos
vinculados à conduta criminosa (máquinas, bobinas de cartões, talões,
planilhas, extratos bancários) e mais de R$ 500 mil em espécie na residência do
investigado. Na continuidade do processo, foram realizadas em novembro
novas buscas, que culminaram na apreensão de documentos na residência e no
escritório do contador, material que revelou uma ampla rede de empresas de
fachada para fins ilícitos, inclusive com utilização de documentos falsos. Além
da quantia em dinheiro, foram apreendidos valores em contas-correntes de
titularidade dos investigados, dois imóveis localizados no município de
Balneário Camboriú (SC) e três veículos de luxo.
Arbitrariedade – Em nota, a defesa do vereador disse que as diligências
sobre o caso já se encerraram, pois a denúncia foi oferecida no dia 9 de
dezembro. O advogado afirmou que o Osvaldo dos Santos jamais inferiu nas
investigações e sempre colaborou com a justiça. ” A prisão é manifestamente
ilegal e arbitrária, já estamos entrando com recurso”, afirmou Marcos
Prochet. (Informações do MPPR e G1 Paraná).
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