sábado, 19 de dezembro de 2020

Petra Costa: o golpe de 2016 segue em curso e ainda sentimos seus efeitos

 

Em entrevista ao jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, a cineasta afirmou que o processo de impeachment de Dilma Roussef foi um golpe que começou em 2016 e continua a espalhar seus efeitos sobre a política do Brasil, sendo a eleição de Jair Bolsonaro um de seus desdobramentos

(Foto: Reprodução | PR)

247 - A cineasta Petra Costa avaliou a conjuntura política do país em entrevista ao programa SUB40, do jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman.

Para Petra Costa - que foi indicada ao Oscar na categoria de Melhor Documentário pelo filme Democracia em Vertigem, que retrata o processo de impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 -, o processo foi um golpe que começou em 2016 e continua a espalhar seus efeitos sobre a política do Brasil, sendo a eleição de Jair Bolsonaro um de seus desdobramentos.

"O golpe segue seu curso, e estamos todos vivendo os efeitos dele, principalmente os que colaboraram para o estado atual das coisas. O governo Bolsonaro é uma consequência do golpe, uma consequência da descrença na democracia que levou tanta gente a eleger alguém como o Bolsonaro", diz.

Para Costa, os reflexos do processo de impeachment e dos movimentos que levaram à eleição de Bolsonaro já eram aparentes nas jornadas de manifestações de 2013, quando "parte de uma classe média sai para protestar e suas pautas são cooptadas pela extrema direita".

"Nas manifestações de 2013 há uma semente de fascismo e intolerância, as pautas começaram a ser cooptadas por um discurso de extrema direita", afirma.


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