Sediado
em Haia, na Holanda, o Tribunal Penal Internacional confirmou que analisa
denúncias feitas contra Jair Bolsonaro por genocídio dos povos indígenas. Nunca
antes na história um presidente brasileiro esteve sob exame de Haia
247 - A procuradoria do Tribunal Penal
Internacional confirmou que analisa uma queixa contra Jair Bolsonaro por
genocídio da população indígena. Nunca antes um presidente brasileiro exteve
sob escrutínio do tribunal de Haia. A informação foi publicada pela coluna de Jamil Chade.
É uma importante
vitória dos povos indívens e das entidades de direitos humanos que apresentaram
a queixa, a Comissão Arns e ao Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos
(CADHu), pois especialistas consideravam improvável o acatamento da queixa pelo
Tribunal Penal.
Na
queixa, estão mais de 30 atos de Bolsonaro que formariam o que os advogados
chamam de "incitação ao genocídio". A lista inclui medidas
provisórias e decretos, além de omissões e mesmo discursos.
Os incêndios
também são amplamente mencionados, informa Chade. "Os incêndios, que ainda
se perpetuam na região, geram um dano ambiental e social desigual e de difícil
reversão", acusam. "Acompanham as pressões sobre a floresta e
associam-se à disputa — frequentemente violenta — pela terra para empreendimentos
agropecuários, grandes obras de infraestrutura, grilagem, garimpo e exploração
de madeira. Tais atividades exercem grande impacto sobre a floresta e os povos
que a habitam e vêm sendo ora estimuladas ora negligenciadas em seu potencial
de degradação", diz o texto entregue ao tribunal.
Em
comunicado à Comissão Arns, o Tribunal, disse que "o Escritório está
analisando as alegações identificadas em sua comunicação, com a assistência de
outras comunicações relacionadas e outras informações disponíveis".
"O objetivo
desta análise é avaliar se, com base nas informações disponíveis, os supostos
crimes parecem estar sob a jurisdição do Tribunal Penal Internacional e,
portanto, justificam a abertura de um exame preliminar sobre a situação em
questão", continuou.
"A
análise será realizada o mais rápido possível, mas saiba que uma análise
significativa destes fatores pode levar algum tempo", alertou. "Assim
que for tomada uma decisão sobre se existe uma base para prosseguir, nós o
aconselharemos prontamente e forneceremos as razões para a decisão",
acrescentou.
A
confirmação do tribunal não significa que uma investigação formal foi iniciada
ou que um indiciamento foi realizado. Apenas está em análise no tribunal
queixas contra Bolsonaro.
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