Fernando
Haddad destaca que ao citar D. Helder Câmara em sua mensagem de Natal, o papa
Francisco resgatou o "melhor da tradição católica brasileira, num momento
em que nossa gente padece com um governo que atenta reiteradamente contra a
vida, sobretudo a dos mais pobres”
247 - O ex-prefeito Fernando Haddad observa que apesar
da Igreja Católica ter uma relação próxima com o poder, a instituição teve um
papel importante no processo de redemocratização. “Muitos líderes católicos
abraçaram com tal vigor a causa das liberdades individuais e da justiça social
que passaram a ser referência internacional. Um deles, D. Hélder Câmara,
patrono brasileiro dos direitos humanos, foi indicado quatro vezes ao Prêmio
Nobel da Paz”, escreve Haddad em sua coluna deste sábado (26) na Folha de S.
Paulo.
‘Duramente
combatido pela ditadura militar, D. Hélder foi citado pelo papa Francisco na
sua mensagem de Natal, na qual resgatou a famosa frase do bispo brasileiro:
“Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles
são pobres, chamam-me de comunista”’, destaca o ex-prefeito no texto.
Para
ele, “a lembrança resgata o melhor da tradição católica brasileira, num momento
em que nossa gente padece com um governo que atenta reiteradamente contra a
vida, sobretudo a dos mais pobres”.
“Ao longo da sua história, a Igreja Católica já teve que
rever suas posições sobre temas delicados. Uma coisa, porém, é certa: quando
reafirmou sua autonomia em relação ao poder e optou por agir contra a
injustiça, ela honrou seu compromisso com os fundamentos da sua existência. D.
Hélder não poderia ser mais inspirador”, finaliza.
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