"O
Lula foi quem mais abriu espaço para a esquerda no Brasil, afirma a presidente
do PT, Gleisi Hoffmann. "Eu acho um equívoco de avaliação política
atribuir à liderança de Lula o desempenho do PT nas eleições municipais aquém
do esperado". "O PT ainda deve contar com Lula por muitos anos",
enfatiza Gleisi
247 - A presidente nacional do Partido dos
Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, rebateu os argumentos que circulam na mídia e
entre correntes internas de que o PT sofreu um desastre eleitoral e isso
se deve ao fato de Lula permanecer como a principal liderança do petista.
"O Lula foi quem mais abriu espaço para esquerda no Brasil. Se não fosse
ele, qual seria o espaço político para a esquerda? - diz em entrevista ao
Globo. "O Lula é uma grande liderança, ele continua sonhando,
lutando, tem energia e vontade de continuar contribuindo com o processo".
Independentemente
de se Lula será candidato ou não à presidência da República em 2022, "ele
é uma das figuras mais importantes não só do PT, mas do cenário político
nacional. Por que deixaríamos de contar com o Lula? - questiona.
Gleisi
enfrenta pressões internas para deixar a direção do partido diante dos
resultados eleitorais negativos. Ela reconhece que o resultado da eleição
municipal deste ano ficou aquém do esperado, mas, em sua avaliação, não foi um
desastre para a sigla. "Não fiz uma avaliação positiva. Agora, não sou
derrotista. Sei que os resultados ficaram aquém daquilo que a gente tinha
expectativa. Mas nem por isso eu acho que é um desastre", afirma a
presidente do PT .
O principal
argumento da direção do PT é que o partido comandará cidades que somam o mesmo
número de eleitores do que as conquistadas em 2016, apesar da redução do número
total de prefeituras, de 254 foi para 183. Isso ocorreu por causa de conquistas
de cidades maiores. Um outro ponto é o fato da legenda ter conseguido vaga no
segundo turno em 15 municípios, contra sete de quatro anos atrás. Dos 15 deste
ano, venceu em apenas quatro: Diadema (SP), Mauá (SP), Contagem (MG) e Juiz de
Fora (MG), assinala o jornalista Sérgio Roxo, do Globo.
Para
Gleisi, a recuperação da força política petista, após o impeachment da
presidente Dilma Rousseff, se dará aos poucos. "Acho que nós estamos
tentando nos recuperar de um grande tombo que tivemos, não só em 2016, mas em
derrotas políticas que se acumulam de 2013 pra cá. Não é fácil isso, você não
faz recuperação em salto. Recuperação é processo" — argumenta.
Sobre a
interrupção de seu mandato à frente da sigla, que vai até 2023, reivindicada
por correntes minoritárias internas, Gleisi rebate: "No PT, a tradição é
cumprir mandato e respeitar a democracia. Quem dá golpe são os
outros".
A
dirigente é ainda mais assertiva ao se referir à defesa feita por dirigentes
petistas da saída de cena de Lula para abertura de espaço para novas
lideranças. "Essa questão de atribuir à liderança do Lula os desafios
políticos e eleitorais do PT é mais uma injustiça, entre tantas, que são
cometidas contra ele. Todas as lideranças que nós temos hoje no PT, desde
Marília (Arraes), que é a mais jovem, passando por (Fernando) Haddad e por
Jaques Wagner, foram estimuladas pelo Lula desde o início. Então, é ruim dizer
que o Lula não abre espaço para novas lideranças.
A
presidente do PT diz que Lula abriu espaço não só para integrantes do partido,
mas também de outras legendas do campo da esquerda ... "O Lula foi quem
mais abriu espaço para esquerda no Brasil. Se não fosse ele, qual seria o
espaço político para a esquerda? Eu acho um equívoco de avaliação
política". E completa: "O Lula é uma grande liderança, ele continua
sonhando, lutando, tem energia e vontade de continuar contribuindo com o
processo. Se vai ser candidato ou não, isso não vem ao caso. Mas ele é uma das
figuras mais importantes não só do PT, mas do cenário político nacional".
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