quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Miriam Leitão agora defende Dilma e diz que Bolsonaro é "mensageiro da morte"

 

A jornalista Miriam Leitão, que produziu argumentos para o golpe de 2016, com a farsa das "pedaladas fiscais", hoje defende a ex-presidente Dilma Rousseff do crime de apologia à tortura cometido por Jair Bolsonaro

(Foto: Reprodução | ABr)

247 – A jornalista Miriam Leitão, que foi vítima de tortura na ditadura militar e que recentemente estimulou o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, ao alimentar a farsa das "pedaladas fiscais", hoje defende Dilma em sua coluna no jornal O Globo, depois que Jair Bolsonaro cometeu mais um crime de responsabilidade: o de apologia à tortura.

"O presidente da República gosta da tortura. Ele a defende, tem prazer em falar dela e fustigar as vítimas. Foi o que Jair Bolsonaro fez ontem, mais uma vez, com a ex-presidente Dilma Rousseff. Ela foi brutalmente torturada aos 22 anos, sobreviveu e construiu sua vida. E agora, aos 73 anos, ouve do chefe de governo do país palavras de deboche e ironia sobre o seu sofrimento. É desumano e, além disso, é crime", escreve Miriam Leitão.

A jornalista também lamenta que hoje, depois do golpe de 2016, o Brasil não tenha forças para afastar um presidente que comete crimes quase todos os dias. "O que faz o país? Nada. Ele permanece presidente e continua usufruindo da sua extensa impunidade", lamenta a jornalista. "É crime. Mas também é sadismo. O prazer de sentir a dor do outro, de lembrar ao outro o seu sofrimento em meio a gargalhadas. Dilma o chamou de sociopata. E ele é. Somos governados por um sociopata. Dilma o chamou de fascista. E ele é".

No fim do texto, Miriam explica suas divergências com Dilma no campo econômico, sem citar que, em seu governo, o Brasil alcançou a menor taxa de desemprego da história, com o maior ciclo de obras de infraestrutura no período democrático. "Dilma, a jovem que foi torturada e presa por mais de dois anos, chegou ao governo em 2011 e virou comandante em chefe das Forças Armadas. Nunca usou o cargo para perseguir os militares. A Comissão da Verdade foi uma exigência do país, e o que ela buscou foi a informação sonegada por tantas décadas. Outros países fizeram antes essa procura e foram mais duros com os torturadores. Dilma entregou aos brasileiros a Lei de Acesso à Informação, uma importante arma da cidadania. Todos os que leem esta coluna sabem o quanto divergi de muitas decisões do governo dela. Concordar ou discordar das administrações é o cotidiano do jornalista. O fundamental na vida, contudo, são os valores. O sentimento de empatia, de solidariedade, de compaixão, Bolsonaro não tem. E isso ele prova quando fala sobre o passado da ditadura ou sobre o presente da pandemia", escreve Miriam.

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