quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Ministério da Economia bate cabeça sobre como enfrentar nova onda da covid

 

Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, insiste no arrocho fiscal e na "volta à normalidade" das receitas e despesas do governo, técnicos do ministério indicam que as regras fiscais rígidas devem ser flexibilizadas para enfrentar a nova onda da covid

Paulo Guedes, ministro da Economia (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

247 - O Ministério da Economia está mergulhado em contradições internas sobre o arrocho fiscal. Técnicos do ministério admitem a possibilidade de prorrogar o estado de calamidade e o Orçamento de guerra caso ocorra uma segunda onda da covid-19.

 A área técnica considera que somente assim será possível enfrentar os gastos da nova onda da pandemia no Brasil, em contradição com o ministro Paulo Guedes, que defende a volta do Orçamento de 2021 "à normalidade". 

É opinião corrente entre os técnicos do ministério que o governo terá de afrouxar regras fiscais se a pandemia se agravar, informam os jornalistas Bernardo Caram e Fábio Pupo. Serão necessários gastos extraordinários para enfrentar o crescimento da pandemia, com a demanda acrescida por serviços de saúde e a necessidade de comprar e distribuir vacinas.

O governo trabalha com o prazo de 31 de dezembro para o fim do  estado de calamidade pública. Mas os técnicos do Ministério da Economia, contrariamente à opinião do ministro Paulo Guedes, consideram que o cenário de recrudescimento da covid indica que sem o orçamento de guerra, que suspende normas fiscais, não será possível implementar ações sem descumprir o teto de gastos, a chamada regra de ouro e a meta fiscal.

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