Os dois
foram acusados de receber propinas da Odebrecht para negociar uma medida
favorável à Odebrecht, mas a Justiça não encontrou provas
Sputnik – A Justiça Federal do Distrito Federal rejeitou a
denúncia que a Operação Lava Jato fez contra os ex-ministros Antônio Palocci e
Guido Mantega, acusados de terem recebido propina da empreiteira Odebrecht para
aprovar medidas provisórias no Congresso Nacional.
Os ex-ministros
foram denunciados por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro com base
no depoimento de delação premiada do empresário
Marcelo Odebrecht.
Para o
juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal do Distrito
Federal, a denúncia
apresentada não apresentava elementos que justificassem a
abertura de uma ação penal. As informações foram publicadas nesta
quarta-feira (23) pelo portal G1.
"A
extensa peça acusatória original, cuja narrativa transita no limite tênue da
inépcia por não descrever, objetivamente, todas as circunstâncias dos fatos
ilícitos, como exige o Código de Processo Penal, imputa aos demais denunciados
condutas atípicas e desprovidas de elementos mínimos que lhe deem
verossimilhança", escreveu.
O
Ministério Público Federal (MPF) afirmou que, entre 2008 e 2010, Marcelo
Odebrecht, Antônio Palocci e Guido Mantega negociaram medidas para permitir a
solução de questões tributárias da empreiteira.
Reis
Bastos disse que os elementos repassados pelos delatores não
poderiam ter sido interpretados como provas.
"Anoto
que mensagens eletrônicas trocadas entre os réus colaboradores, bem como
planilhas de controle financeiro elaboradas e alimentadas com dados por estes
fornecidos equivalem às declarações que prestaram em termo de colaboração,
porquanto inoficiosas e produzidas unilateralmente", afirmou.
O juiz
determinou ainda a suspensão do processo dos delatores Marcelo Odebrecht, João
Santana e Mônica Moura.
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