Segundo dados
do Ipea, a inflação para as famílias de renda mais baixa teve alta de 1% em
novembro e desaceleração de 0,82% para as de renda mais alta. No acumulado do
ano, a inflação das famílias de renda alta também foi inferior que as das mais
pobres
Cristina Índio do Brasil, Agência Brasil - A inflação para as famílias de renda mais baixa, que
são as com rendimento familiar mensal menor do que R$ 1.650,50, teve alta de 1%
em novembro. Em outubro, tinha sido 0,98%. É o que mostra o Indicador Ipea de
Inflação por Faixa de Renda para o mês, divulgado hoje (11), no Rio de Janeiro,
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Segundo a
pesquisa, a única faixa de renda que registrou desaceleração inflacionária foi
a das famílias de renda mais alta. Para elas, que têm rendimento domiciliar
superior a R$ 16.509,66, a variação de preços caiu de 0,82% em outubro para
0,63% em novembro.
Desde
março deste ano o comportamento dos preços dos alimentos no domicílio provoca
pressão na inflação das classes mais pobres. O grupo alimentos e bebidas foi
responsável, sozinho, por 75% da inflação nessa classe de renda em novembro. Os
destaques foram os aumentos no arroz (6,3%), batata (29,7%), frango (5,2%),
óleo de soja (9,2%) e carnes (6,5%).
Já no grupo
transportes, a alta foi causada pelos reajustes dos transportes por aplicativo
(7,7%), gasolina (1,6%) e etanol (9,2%), que impactaram, principalmente, as
famílias mais ricas.
Acumulado
No
acumulado do ano, a inflação das famílias de renda alta (1,68%) foi bem menor
que a registrada pelas famílias de menor poder aquisitivo (4,56%). A pesquisa
apontou também que, nos 11 primeiros meses de 2020, as famílias de maior poder
aquisitivo foram beneficiadas com a desaceleração nos preços dos serviços,
enquanto a alta nos alimentos permaneceu impactando o custo de vida dos mais
pobres.
“Neste
ano, o cenário inflacionário combinou forte aceleração de preços de alimentos
com uma alta desaceleração da inflação de serviços, o que explica o diferencial
da inflação entre as faixas de renda mais baixa e mais alta”, indicou a análise
do Ipea.
Entre janeiro e
novembro, a cesta de consumo dos mais pobres teve altas que mais pesam no
cálculo, como o arroz (69,5%), feijão (40,8%), leite (25%), óleo de soja
(94,1%), carnes (13,9%) e frango (14%).
Ao
contrário, os itens de maior peso para as famílias com renda mais alta tiveram
deflação, a exemplo da passagem aérea (-35,3%), do transporte por aplicativo
(-16,8%), da gasolina (-1,7%) e das despesas com recreação (-1,1%).
De
acordo com o Ipea, na comparação com novembro de 2019, a taxa de inflação da
renda muito baixa aumentou 85%, enquanto que para o grupo de renda alta a alta
foi menos acentuada (48%). A inflação das famílias mais pobres passou de 0,54%
para 1,0%, enquanto as famílias mais ricas registraram uma pressão
inflacionária de 0,43% para 0,63%.
Conforme a
pesquisa, no acumulado em 12 meses, entre dezembro de 2019 e novembro de 2020,
houve aumento na inflação de todos os segmentos, mas a taxa de inflação da
faixa de renda mais baixa (5,8%) “mantém sua trajetória de aceleração em ritmo
superior àquela apontada na classe de renda mais alta (2,7%)”.
Edição: Kleber Sampaio
Fonte: Brasil 247
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