sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Haddad perde a paciência com a estupidez de Bolsonaro e manda ele calar a boca

“Seu imbecil. Hoje morreram mais de 1000 brasileiros. MIL. Cala essa boca um santo dia”, escreveu o candidato do PT à presidência nas eleições de 2018 ao comentar o vídeo em que o presidente dissemina teorias anti-vacina

Fernando Haddad, Bolsonaro e Pazuello (Foto: PT no Senado | Reuters)

Por Lucas Rocha, na revista Fórum  O ex-ministro Fernando Haddad reagiu na noite desta quinta-feira (17) à polêmica declaração do presidente Jair Bolsonaro em que o mandatário afirma que uma pessoa que tomar a vacina produzida pela Pfizer pode “virar jacaré”, entre outros absurdos

“Seu imbecil. Hoje morreram mais de 1000 brasileiros. MIL. Cala essa boca um santo dia”, escreveu o candidato do PT à presidência nas eleições de 2018 ao comentar o vídeo em que o presidente dissemina teorias anti-vacina.

Em crítica à farmacêutica estadunidense Pfizer, Bolsonaro disse o seguinte: “Lá no contrato da Pfizer, está bem claro nós (a Pfizer) não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você. Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver isso. O que é pior mexer no sistema imunológico das pessoas”. Leia a íntegra na Fórum e saiba mais sobre a postura de Bolsonaro:

BRASÍLIA (Reuters) - Ao mesmo tempo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) formava maioria em torno da obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmava nesta quinta-feira que ninguém pode ser obrigado a se imunizar.

O presidente argumentou, em cerimônia de apoio ao setor produtivo, que a responsabilidade é da pessoa caso ela se infecte no futuro por não ter tomado a vacina, citando ainda que na negociação com Pfizer para a compra de vacinas não há uma responsabilização por qualquer efeito colateral.

“Peço a Deus que me oriente, como sempre tenho pedido, para tomar decisões, não ser levado por algum clima, como está acontecendo agora. De passagem eu perguntei para a Polícia Federal, o que está sendo votado no Supremo”, disse Bolsonaro, acrescentando que ainda iria se informar melhor sobre o assunto.

“Ninguém pode obrigar ninguém a tomar a vacina... Se o cara não quer ser tratado, que não seja, eu não quero fazer uma quimioterapia e vou morrer, problema é meu, pô”, afirmou.

O presidente, no entanto, disse que haverá disponibilização do imunizante para a população.

“A vacina, uma vez certificada pela Anvisa, vai ser extensiva a todos que queiram tomá-la. Eu não vou tomar.”

Bolsonaro rebateu, em meio a xingamentos, as críticas de que estaria dando um “péssimo exemplo” ao dizer que não será vacinado, argumentando que já teve a doença causada pelo novo vírus.

“Alguns falam que estou dando um péssimo exemplo. Ô imbecil, ô idiota que está dizendo do péssimo exemplo, eu já tive o vírus, eu já tenho anticorpos, para que tomar de novo?”, questionou.

Avocou, ainda, a tese da liberdade individual para justificar uma recusa à imunização, acrescentando que não há uma ditadura em vigor no país.

O STF decidiu nesta quinta-feira que a vacina é obrigatória, mas não pode ser forçada. No lugar, segundo voto do relator, ministro Ricardo Lewandowski, poderão ser impostas medidas restritivas a quem se recusar a ser imunizado.

Para os ministros da corte, a ideia de um bem maior comum, a ser proporcionado pela imunização coletiva, não pode ser sobreposto por questões individuais.

  

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