Hacker Walter Delgatti Neto, responsável pela
divulgação das conversas entre procuradores da Lava Jato, afirmou que o
ministro do STF Luís Roberto Barroso auxiliou e orientou o procurador Deltan
Dallagnol, então coordenador da operação, sobre “o que colocar” nos processos
247 - O hacker Walter Delgatti Neto,
responsável pela divulgação das conversas entre procuradores da Lava Jato e o
ex-juiz Sergio Moro, afirmou que os procuradores da força-tarefa desejavam
prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Dias
Toffoli. Ainda segundo ele, o ministro do STF Luís Roberto Barroso auxiliou o
procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da Lava Jato, sobre “o que
colocar” nos processos.
"Eles queriam. Eu não acho, eles queriam. Inclusive
Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Eles tentavam de tudo pra conseguir chegar ao
Gilmar Mendes e ao Toffoli, eles tentaram falar que o Toffoli tentou reformar o
apartamento e queria que a OAS delatasse o Toffoli, eles quebraram o sigilo do
Gilmar Mendes na Suíça, do cartão de crédito, da conta bancária dele, eles
odiavam o Gilmar Mendes, falavam mal do Gilmar Mendes o tempo todo”, disse
Delgatti em entrevista exibida neste domingo (20) pelo programa CNN Série Originais.
Ainda de acordo com o hacker, “o [ministro do
STF Luís Roberto] Barroso, eles tinham um laço bem próximo. O Barroso e o
Deltan [Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato] conversavam bastante,
(sobre) vida pessoal. Inclusive o Barroso, em conversas, auxiliava o que
colocar na peça, o que falar. Um juiz auxiliando, também, o que deveria fazer
um procurador”,
Na entrevista, Delgatti contou que conseguiu acessar
celulares de quatro ministros do STF, além dos aparelhos de Jair Bolsonaro, do
deputado federal Eduardo Bolsonaro e do vereador pelo Rio Carlos Bolsonaro.
Ainda segundo ele, o telefone do ministro Alexandre de Moraes não continha troca
de mensagens.
Delgatti relata que acessou o celular de
quatro ministros do STF. No de Alexandre de Moraes não havia mensagens.
“Ele apagava tudo. Tive acesso também ao e-mail dele, tinha, inclusive, o livro
novo dele. Eu apenas baixei o livro para ler, mas.... Tinha conversas em
e-mail, mas era entre eles [ministros do STF], era conversa de processo, que
não tinha interesse. Era conversa formal. Acredito que era, inclusive, o
assessor dele que mandava o e-mail, não ele. Já quanto ao Telegram, não tinha
conversa nenhuma, ele apagava todas”.
Sobre o acesso aos telefones celulares do clã Bolsonaro,
ele disse que as trocas de mensagens eram efetuadas por meio de um chat
privado. “As conversas deles eram apagadas. Eles apenas diziam que era para ir
para o chat secreto, pois o chat secreto. Uma pessoa que acessa a sua conta não
consegue acessar a conversa do chat secreto”, afirmou.
Ainda conforme Delgatti, o jornalista Glenn
Greenwald - que divulgou o conteúdo das mensagens no site The Intercept, no que
ficou conhecido como “Vaza Jato” - não pagou pelo material que ele havia
hackeado.
Delgatti também revelou que os integrantes da
Lava Jato tinham o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos eixos
centrais da força-tarefa. “O foco era o Lula, mas os empresários, também, e
outros políticos, ou diretores da Petrobras que eles mantinham presos até a
pessoa falar. Exemplo: o Léo Pinheiro. Eles falavam: ‘Se ele enviar, fizer a
delação e não falar do Lula, não será aceita’. Tinha conversa assim”, disse,
Nenhum comentário:
Postar um comentário