quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Consultoria de Moro tem contrato com outras empresas quebradas pelo ex-juiz

 

Consultoria americana que terá Sérgio Moro como sócio tem em sua lista de clientes, além da Odebrecht e OAS, outras empresas quebradas pelo ex-juiz. A construtora Queiroz Galvão e a Sete Brasil, criada para operações no pré-sal, estão no portfólio da empresa de Moro, que já faturou R$ 17,6 milhões só com a Odebrecht

Sergio Moro (Foto: Reprodução | Alessandro Dantas/PT no Senado)

247 - Consultoria estadunidense que terá o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como sócio, a Alvarez & Marsal não só presta serviços à Odebrecht e OAS, mas também para outras empresas quebradas por ele. Foi nomeada pela Justiça para administrar o processo de recuperação judicial da Queiroz Galvão e da Sete Brasil, criada para a exploração do pré-sal.

O contrato com a Odebrecht prevê que a empresa de Moro receberá R$ 35 milhões - já recebeu R$ 17,6 milhões com o processo de recuperação judicial do grupo. Da OAS, receberá R$ 15 milhões. 

O caso da Sete Brasil é emblemático. A empresa foi criada por um grupo composto por Petrobras, Banco BTG Pactual, Banco Bradesco, Banco Santander e fundos de pensão. O arco de sócios por si só demonstra o caráter até estapafúrdio da ação de Moro, pois ele é integrado por alguns dos principais protagonistas do capitalismo brasileiro. Em 2011 e 2012, a empresa ganhou duas licitações da Petrobras para a construção de 28 sondas de última geração. 

A fúria da Lava Jato levou a operação a "descobrir" que a empresa, uma referência mundial no setor, teria sido criada unicamente para  "ajudar na corrupção" - a versão foi amplificada por toda mídia conservadora, como se pode ler aqui. A destruição causada pela dupla Moro-Dallagnol foi tamanha que a empresa, eEm junho de 2016, entrou em recuperação judicial com endividamento de 19,3 bilhões de dólares.

Valores 

A Alvarez & Marsal confirmou ter recebido os quase R$ 18 milhões pela recuperação da empreiteira brasileira. Pelo serviço, tem direito a receber honorários, que chegam a R$ 1,1 milhão por mês atualmente. A consultoria sugeriu ao juiz da recuperação que receba R$ 22,4 milhões por 30 meses de trabalho na causa, de acordo com informações publicadas pelo portal Uol.

Em julho de 2019, a companhia havia solicitado receber R$ 1,5 milhão por mês em honorários. A Odebrecht pediu à Justiça que os honorários sejam reduzidos a R$ 400 mil por mês a partir de novembro, chegando a R$ 300 mil mensais a partir de maio do ano que vem.

O Partido dos Trabalhadores recorreu à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que Sérgio Moro seja investigado. De acordo com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Moro teve informações sigilosas sobre o Grupo Odebrecht quando atuou na Lava Jato.

 

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