"O
novo modelo é o ponto inicial para transformação do seu modelo de segurança e
faz parte dos compromissos anunciados pela rede. O processo de recrutamento e o
treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne
empreendedores negros da região de Porto Alegre", escreveu o grupo
Sputnik – O Carrefour anunciou nesta sexta-feira (4) que não
vai mais contratar seguranças terceirizados em todos os supermercados do grupo
no Brasil.
A decisão foi
tomada após uma sugestão do Comitê Externo e Independente criado pela rede para
analisar medidas preventivas após o assassinato de João Alberto Silveira
Freitas, homem negro de 40 anos, que foi espancado até a morte por dois
seguranças terceirizados em uma loja do grupo em Porto Alegre,
no Rio Grande do Sul, em 19 de novembro, véspera do dia da Consciência Negra.
Segundo
um comunicado do Carrefour, a internalização dos serviços segurança será
realizada de forma gradual, começando pelos quatro hipermercados no Rio Grande
Sul, dentro de um projeto-piloto.
"O
novo modelo é o ponto inicial para transformação do seu modelo de segurança e
faz parte dos compromissos anunciados pela rede. O processo de recrutamento e o
treinamento dos profissionais para as lojas contará com associação que reúne
empreendedores negros da região de Porto Alegre", escreveu o grupo.
O Grupo
Carrefour é alvo de investigação da Promotoria de Justiça de Defesa dos
Direitos Humanos de Porto Alegre e pelo Ministério Público Federal (MPF) para
apurar práticas sobre a fiscalização de serviços de segurança contratados e
também sobre medidas para o enfrentamento de ações racistas e
discriminatórias.
"Todo
o processo de internalização da segurança terá como foco a implementação de
práticas antirracistas e de uma cultura de respeito aos direitos humanos, além
de considerar a representatividade da população brasileira [50% de mulheres e
56% de negros] como um compromisso", disse o Carrefour.
A
contratação direta das novas equipes de segurança do Carrefour está em
andamento e a admissão dos novos funcionários está prevista para ocorrer no dia
14 de dezembro.
Na Justiça, o grupo também vai responder em uma ação civil pública que pede indenização de R$ 200 milhões por danos morais coletivos e sociais.
A morte
de João Alberto desencadeou uma série de protestos em
diversas cidades do Brasil que pediam o fim do racismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário