Guedes
tem enfrentando dificuldades dentro do Congresso, e até mesmo no governo, para
implementar diversas medidas da sua agenda econômica, como as privatizações
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em vídeo
publicado neste sábado, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a ele
que só deixará o governo no fim do mandato, mas reconheceu que o ministro fica
irritado e chateado diante da dificuldade de implementação da agenda econômica
Em entrevista
concedida ao filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o presidente
foi questionado se Guedes já demonstrou interesse em deixar o governo. “Não
demonstrou para mim”, afirmou o presidente.
“Lógico
que a gente vê que, de vez em quando, ele fica irritado, porque certas medidas
dependem de votações. Eu sei como funciona o Parlamento, ele está aprendendo
ainda”, disse Bolsonaro.
“Ele quer resolver
e fica chateado. No tocando a sair, ele falou que vai sair comigo quando acabar
o meu mandato”, acrescentou.
Guedes
tem enfrentando dificuldades dentro do Congresso, e até mesmo no governo, para
implementar diversas medidas da sua agenda econômica, como as privatizações. O
ministro já reclamou em público que “acordos políticos” dificultam o seu
trabalho.
Na
entrevista ao filho, que foi divulgada nas redes sociais do deputado, Bolsonaro
também acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de ter deixado
caducar a medida provisória da regularização fundiária, que, segundo Bolsonaro,
ajudaria a combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia.
Ambientalistas, no
entanto, afirmam que a MP representaria a legalização da grilagem. Por ser
considerado polêmico, o texto não foi votado no Congresso durante a pandemia de
Covid-19.
Na
quinta-feira, Bolsonaro também acusou Maia de ter deixado caducar a MP que
autorizaria o pagamento da 13ª parcela a beneficiários do Bolsa Família este
ano, o que foi posteriormente negado pelo próprio governo. Segundo Guedes, a
equipe econômica pediu que a MP não fosse votada devido ao impacto fiscal.
Bolsonaro
também aproveitou a entrevista para afirmar que espera que o próximo presidente
da Câmara coloque em votação medidas do interesse de sua base eleitoral, como a
ampliação do acesso a armas. O governo apoia a candidatura de Arthur Lira
(PP-AL), que irá enfrentar um candidato ainda não definido do grupo de Maia.
Questionado na
entrevista sobre a declaração que deu, como deputado federal, ao votar pelo
impeachment da então presidente Dilma Rousseff, quando citou o ex-chefe do
principal órgão de repressão da ditadura militar, o DOI-Codi, Carlos Alberto
Brilhante Ustra, Bolsonaro disse que aproveitou a ocasião para “resgatar a
honra e a memória de um grande brasileiro”.
Ustra é
apontado como autor de torturas e violações de direitos humanos durante o
período do regime militar.
Fonte: Brasil 247 com Reuters
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