sábado, 5 de dezembro de 2020

Ascânio Seleme diz que governo Bolsonaro comete "crime sem perdão contra os brasileiros"

Muitos brasileiros poderiam ser salvos se o governo de Jair Bolsonaro não fosse negacionista e, por consequência, deliberadamente ineficiente, escreve o colunista do Globo

Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

247 - "Morrerão 44.545 brasileiros de Covid nos meses de janeiro e fevereiro do ano que vem, mantida a média atual de 775 óbitos registrados em 24 horas. Muitas destas pessoas poderiam ser salvas se o governo de Jair Bolsonaro não fosse negacionista e, por consequência, deliberadamente ineficiente. O Ministério da Saúde anunciou que vai iniciar a vacinação no Brasil apenas em março, acrescentando que somente um terço dos brasileiros serão imunizados em 2021. Além disso, descartou três das quatro vacinas que foram testadas no Brasil", escreve o colunista do Globo Ascânio Seleme. 

Segundo o jornalista, muitas das dezenas de milhares de mortes que vão ocorrer nos primeiros meses do ano que vem devem ser atribuídas às "estúpidas diretrizes" políticas de Bolsonaro, obedecidas cegamente pelo "imprevidente" ministro Eduardo Pazuello.  

Seleme prevê para o Brasil o pior cenário e compara o vexame do país com a maneira como outros países estão lidando com a pandemia. "A Inglaterra começa a vacinação muito provavelmente antes do Natal. Outros países europeus iniciam o processo massivo de imunização na primeira semana de janeiro. Na Argentina, do 'inimigo' Alberto Fernández, a vacinação começa na primeira quinzena de janeiro. Também México, Chile, Peru e Costa Rica, para ficar apenas aqui na nossa região, começam a vacinar suas populações entre o fim de dezembro e o início de janeiro de 2021. Todos estes países compraram a vacina do laboratório Pfizer, que o governo brasileiro se recusa a considerar alegando que a estocagem a temperaturas muito baixas é complicada. No Equador deve ser mais complicado que aqui, mas lá também as vacinas da Pfizer começarão a ser administradas em janeiro". 

"Além do negacionismo declarado de Jair Bolsonaro, seus subalternos dobram-se à sua orientação ou são demitidos, como foram Luiz Mandetta e Nelson Teich. Por isso, o ministro Pazuello, um general que temporariamente tirou a farda mas jamais conseguirá vestir um avental, fala e faz apenas o que seu chefe mandar", escreve o colunista 

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