Mãe do
ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, miliciano morto em operação policial,
Raimunda Veras Magalhães, 70 anos, vive em Astolfo Dutra, no interior de Minas.
O MP-RJ a considera testemunha-chave para revelar detalhes de um esquema que
abasteceu a conta de funcionários fantasmas na Alerj, onde Flávio Bolsonaro
cumpria mandato antes de ser eleito para o Senado
247 - Mãe do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega,
miliciano morto em fevereiro deste ano em operação policial na Bahia, Raimunda
Veras Magalhães, 70 anos, vive na cidade de Astolfo Dutra, no interior de Minas
Gerais. A informação foi publicada por Veja. Promotores consideram-na testemunha-chave para
revelar detalhes de um esquema que abasteceu a conta de funcionários fantasmas,
como ela mesma. O dinheiro tinha outros destinos. Tanto ela como a ex-mulher do
policial trabalharam para o gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos) quando
o atual senador ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
uspeito de
envolvimento com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), o
miliciano teria deixado algo em torno R$ 10 milhões em patrimônio para a mãe.
Ele era dono de fazendas, casas, apartamentos, cavalos de raça, empresas, tudo
em nome de laranjas. Dona Vera contribuiu com um depósito para a compra de uma
das fazendas, no Tocantins. Também é sócia de três restaurantes na Zona Norte
carioca. Em um deles, o filho tinha participação oficialmente.
O MP
chegou a tentar notificar Raimunda batendo à porta de uma filha, que não
revelou onde estava a mãe. Para saber o seu local de moradia, investigadores
rastrearam o celular de Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, o
ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos).
Em dezembro de
2019, Márcia foi ao encontro de Raimunda, junto com o advogado Luis Gustavo
Botto Maia. A ideia era fazer um plano de fuga para a família Queiroz.
"Não tenho nada para dizer. Perdi meu menino e não quero mais papo com
ninguém", esquivou-se ela ao encontrar a reportagem de Veja.
Alguns
vizinhos definem Dona Vera como "arquivo vivo". "A gente tem
medo que venha alguém aqui, saia metralhando e acabe sobrando para quem estiver
por perto", afirmou um deles.
De acordo com o
MP, com base no rastreamento de seu celular, que ela não ia ao emprego. Era
"assessora fantasma", o que é negado pela defesa.
Sua
defesa sustenta que isso não procede, já que Raimunda sempre trocava de celular
por recomendação do filho.
Flávio Bolsonaro e Queiroz
Queiroz foi preso no
dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel
que pertence a Frederick Wassef, então advogado de Flávio - depois ele deixou a
defesa do parlamentar. Segundo relatório do antigo Conselho de Atividades
Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7
milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão.
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