sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Implantação da rede trifásica avança na zona rural de Apucarana

 

A qualidade do fornecimento será sentida especialmente por consumidores que dependem de energia elétrica intensiva, como produtores de laticínios, suínos, aves, fumo e peixe (Foto: PMA)


A rede trifásica, uma das principais reivindicações dos agricultores, está avançando em Apucarana. Estão em fase final de execução 37 quilômetros de rede e outros 32 quilômetros já foram autorizados. Os serviços, que receberam a anuência do Município, estão sendo executados pela Copel, através do Programa Paraná Trifásico. Além da diminuição do risco de queda de energia, o novo sistema permite que os produtores façam a conexão de equipamentos mais potentes.

O Programa Paraná Trifásico foi lançado pela Copel em outubro do ano passado e o cronograma de obras segue pelo interior do Paraná. “A exemplo de outros municípios, Apucarana é um dos municípios que está sendo atendido desde o início do ano pelo programa. Para isso, assinamos um termo de anuência para que os serviços pudessem ser iniciados”, lembra Junior da Femac.
A rede trifásica está atendendo comunidades localizadas na zona sul, nas regiões do Bilote, Distrito de Vila Reis, Vila Rural Nova Ucrânia, Expedicionário João Rechocoski e Estrada do Milho, na divisa com Califórnia. Também serão executados outros 35 quilômetros de rede trifásica na zona leste, nas proximidades da Estrada de São Pedro de Taquara.

O Programa Paraná Trifásico busca renovar substituir as redes monofásicas que fizeram parte do plano de eletrificação do Paraná, nos anos 1980, e agora estão sendo modernizados. A qualidade do fornecimento será sentida especialmente por consumidores que dependem de energia elétrica intensiva, como produtores de laticínios, suínos, aves, fumo e peixe. O reforço nas redes também será importante para a irrigação das lavouras e abastecimento de água pelos poços artesianos.

Junior da Femac afirma que a linha monofásica é uma tecnologia antiga, da década de 80, e que o perfil  do consumidor rural mudou nesse período. “Apucarana hoje, por exemplo, desenvolveu a avicultura e possui dezenas de barracões de frango que necessitam da energia trifásica para operarem com eficiência”, cita Junior da Femac, observando que a linha monofásica impedia em muitas propriedades saltos maiores, ampliações ou novas instalações porque a rede não suportava as tecnologias.

Junior da Femac afirma ainda que a Prefeitura vem apoiando os agricultores também com o trabalho constante de conservação das estradas rurais. “Estamos dando todas as condições para a que os insumos cheguem até as propriedades e a produção possa ser escoada”, salienta, acrescentando que as ações fortalecem setores que estão em franco crescimento, como a avicultura, e que representam uma nova alternativa para os agricultores.

Gilberto Stefani, gerente da Copel em Apucarana, cita que uma das vantagens para os agricultores é que a rede trifásica permite conectar equipamentos mais potentes. “Os motores trifásicos normalmente são mais eficientes, baratos e têm uma taxa de falha menor”, reitera.

De acordo com Marcos Roberto Pereira, gerente de projetos e obras da Copel, o programa retira os postes antigos do meio da plantação e coloca postes novos às margens das estradas rurais, o que facilita o acesso dos técnicos. “Também são disponibilizados cabos mais resistentes contra as intempéries. Não são mais cabos nus de alumínio, mas cabos com capa protetora isolante”, frisa.
Com o trifaseamento, haverá interligação entre as redes. O efeito será a criação de redundância no fornecimento, ou seja, redes que hoje estão próximas, mas que não estavam interconectadas, passarão a ser interligadas. Se a energia falha em uma ponta, a outra fornece o abastecimento e, em caso de desligamentos, os produtores rurais terão o restabelecimento da energia mais rápido.

O produtor rural e presidente do Sindicato Rural Patronal de Apucarana,  Claudomiro Rodrigues da Silva, o “Mirinho Moisés”, assinala que o programa estadual supre uma grande necessidade do trabalhador do campo. “É uma coisa muito boa. Esta primeira fase de implantação da rede chegou perto do meu sítio. Parou a cerca de 800 metros e espero que minha propriedade, e da minha filha, seja contemplada dentro dos novos 32 quilômetros autorizados”, disse Mirinho. Com o padrão trifásico, o produtor rural planeja instalar uma miniusina de moagem de ração. “E equipamentos de irrigação, que serão muito úteis, especialmente em momentos de estiagem prolongada como que estamos vivenciando”, disse.

 

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