Presidente
do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) deixou claro que o partido não irá
titubear no apoio a Guilherme Boulos, do Psol
247 – A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, confirmou o apoio da legenda à candidatura de Guilherme Boulos, em São Paulo, no segundo turno, contra Bruno Covas, do PSDB. "Obrigada Jilmar Tatto e militância aguerrida do PT de S. Paulo. Defenderam o partido e nosso legado com coragem e dignidade. Engrandeceram o campo popular e de esquerda na capital, que irá mais forte e unido para o segundo turno, para eleger Boulos e Erundina", postou ela em suas redes.
Antes disso, Jilmar Tatto também se pronunciou. "Acabei
de ligar para @GuilhermeBoulos, a quem tenho como um irmão mais novo. Desejei
sorte e disse que ele pode contar comigo e com a nossa valente militância para
virar o jogo em São Paulo."
(Reuters) - Os
resultados das urnas que encerram o primeiro turno da eleição municipal neste
domingo são a conclusão da primeira etapa de um pleito marcado pela
excepcionalidade desde seu adiamento em mais de um mês por causa da pandemia,
até a apuração dos votos, muito mais lenta do que o histórico das eleições com
urna eletrônica no Brasil por causa, segundo o TSE, de um problema técnico
inesperado na totalização dos votos.
Eleitores fazem fila para votar no Rio de
Janeiro 15/11/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
As duas maiores cidades do país --São
Paulo e Rio de Janeiro-- terão segundo turno em duas semanas, no dia 29 de
novembro.
Na capital
paulista, Guilherme Boulos (PSOL) venceu a disputa por uma vaga na rodada
decisiva e duelará com o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB). No Rio, o
candidato à reeleição, Marcelo Crivella (Republicanos) também deixou os rivais
para trás e conseguiu chegar ao segundo turno contra Eduardo Paes (DEM).
Embora ainda longe do final da apuração,
os resultados parciais confirmavam as pesquisas de boca de urna que apontavam
para segundo turno nessas duas capitais, assim como em Recife.
Na capital Pernambucana, o duelo será
familiar: João Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto de
Miguel Arraes, e Marília Arraes (PT), neta de Miguel Arraes.
Em outra grande
capital nordestina, Fortaleza, a apuração estava praticamente concluída e, no
dia 29, José Sarto (PDT) enfrentará Capitão Wagner (Pros).
Em Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD)
foi reeleito e, em Salvador, Bruno Reis (DEM) venceu já neste domingo.
As urnas fecharam no final da tarde e os
eleitores passaram a aguardar os resultados. Mas, ao contrário do histórico das
eleições brasileiras desde o advento da urna eletrônica, a divulgação dos
números está sendo lenta. Em São Paulo, por exemplo, a apuração ficou por horas
parada em 0,39% das seções eleitorais.
O presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que a lentidão foi consequência em
uma falha técnica no processador de um computador que totaliza os votos. Ele
descartou que o problema possa gerar questionamentos quanto à confiabilidade
dos resultados das urnas.
“Houve um atraso na totalização dos
resultados por força de um problema técnico que foi exatamente o seguinte: um
dos núcleos de processadores do supercomputador que processa a totalização
falhou e foi preciso repará-lo. Essa é a razão técnica pela qual houve o
atraso”, disse Barroso em entrevista coletiva.
“Eu lamento que tenha acontecido... foi um
pequeno acidente de percurso, sem nenhuma vítima, salvo um atraso na divulgação
final do resultado”, acrescentou pouco depois.
O pleito
transcorreu com tranquilidade ao longo deste domingo nas principais cidades do
país, inclusive em relação aos protocolos sanitários para frear a disseminação
do coronavírus. Seções eleitorais forneceram álcool em gel para os eleitores,
que também foram aconselhados a levar suas próprias canetas para assinar o
caderno de votação.
Mais cedo, Barroso disse que a Justiça
Eleitoral frustrou uma tentativa de ataque cibernético, sem repercussões para o
processo eleitoral.
O presidente do TSE reconheceu, por outro
lado, que a Covid-19, que já matou mais de 165 mil pessoas no Brasil, poderia
afetar o nível histórico de abstenções, em torno de 20%.
No Rio de Janeiro, a dona de casa Maria
Fonseca, que é idosa, chegou a ir ao local de votação, mas acabou desistindo de
votar.
“Estava muito confuso na minha seção e
fiquei com medo da Covid. Voltei pra casa para não correr risco”, disse ela à
Reuters.
“VOLTANDO AO TAMANHO NORMAL”
O presidente Jair Bolsonaro, que na última
semana fez transmissões ao vivo pela internet quase diárias para declarar apoio
a candidatos a prefeitos e vereadores, votou pela manhã no Rio de Janeiro,
debaixo de um forte esquema de segurança.
Ele chegou ao local de votação pouco
depois das 10h e foi recepcionado por eleitores que o aguardavam. Bolsonaro
deixou o local sem dar entrevistas e deveria acompanhar a apuração em Brasília.
Com alguns de seus
apoiados tendo desempenho ruim nas urnas --casos de Celso Russomanno
(Republicanos), em São Paulo, e de Delegada Patrícia (Podemos), no Recife--,
Bolsonaro corria o risco de ver sua força como cabo eleitoral colocada em xeque
nesta eleição.
O presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), não perdeu a oportunidade para fazer uma rápida análise
desse cenário.
“Havia em 2018 um sentimento que ele
(Bolsonaro) acabou representando, mas não necessariamente era a base dele”,
disse Maia a jornalistas, após votar em uma escola na zona oeste do Rio de
Janeiro.
“A base dele sempre foi até o momento da
facada e até o voto útil, um candidato de 18%, 20%. A avaliação positiva era
perto disso com 23%, 24% de ótimo e bom“, acrescentou o deputado. “Eu acho que
agora representa o tamanho do núcleo dele que era muito menor que os 46% de
intenção de voto que ele teve, ele está voltando ao tamanho normal e a
influência é menor, especialmente nas capitais onde a cobrança é muito maior do
que nos municípios do interior.”
Mas se Russomanno e a Delegada Patrícia
ficaram longe de uma vaga no segundo turno, Crivella, no Rio, e Capitão Wagner,
em Fortaleza, que também receberam o endosso do presidente, foram à etapa
decisiva.
Devido à campanha mais curta, ao contrário do que aconteceu
no pleito municipal de 2016 e nas eleições para presidente e governadores de
2018, os eleitores não deram grande espaço para nomes pouco conhecidos, os
chamados outsiders.
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