domingo, 18 de outubro de 2020

Redução do auxílio emergencial vai resultar no aumento da fome e da desigualdade

 

A diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, diz que cerca de 43 milhões de brasileiros não tiveram acesso ao auxílio emergencial e que a redução do valor do benefício, de R$ 600 para R$ 300, irá resultar no crescimento da desigualdade e da fome

(Foto: Divulgação)

247 - A diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, destaca que desde o início da pandemia cerca de 43  milhões de brasileiros não tiveram acesso ao auxílio emergencial e que a redução do valor do benefício, de R$ 600 para R$ 300, deverá resultar em um crescimento da desigualdade e da fome no Brasil.

“São milhares de Tânias, Joanas, Marias e Pedros que tentam sobreviver antes que o governo os faça morrer. E são muitas as formas de morrer: negligência e falta de respostas por parte do poder público; de fome, com a insegurança alimentar grave que atingiu 10,3 milhões de brasileiros em 2018, sendo mais da metade desses domicílios chefiados por mulheres; e de abandono e tristeza”, escreve Paola em um artigo publicado na Folha de S. Paulo deste domingo (18).

“Enquanto o PIB cairá 7%, o número de bilionários subiu 16% e a renda deles aumentou 33%. A dona Tânia não receberá os valores previstos na medida provisória 1.000/2020, mesmo que o erro tenha sido do governo federal. Os valores dos meses de maior dificuldade na sua vida não serão garantidos. Ela receberá daqui para frente, esquecendo o que passou”, afirma.

Para ela, “a MP, além de reduzir os valores do auxílio emergencial pela metade, ampliou significativamente os critérios para recebimento. É a representação do abandono e do descaso com a população brasileira”.  

“Não é mais possível esconder as desigualdades, a fome e o desemprego. Não é mais possível argumentar sobre falta de recursos, pois eles existem. É necessário explicar porque não querem descentralizá-los. Queremos a Tânia viva! Aliás, queremos que a vida e a esperança sejam a nova forma de viver esse “novo normal”, que somente será viável com uma renda básica permanente e cidadã!”, finaliza. 

 

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