A diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Paola Carvalho, diz que cerca de 43 milhões de brasileiros não tiveram acesso ao auxílio emergencial e que a redução do valor do benefício, de R$ 600 para R$ 300, irá resultar no crescimento da desigualdade e da fome
247 - A diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de
Renda Básica, Paola Carvalho, destaca que desde o início da pandemia cerca de
43 milhões de brasileiros não tiveram acesso ao auxílio emergencial e que
a redução do valor do benefício, de R$ 600 para R$ 300, deverá resultar em um
crescimento da desigualdade e da fome no Brasil.
“São milhares de
Tânias, Joanas, Marias e Pedros que tentam sobreviver antes que o governo os
faça morrer. E são muitas as formas de morrer: negligência e falta de respostas
por parte do poder público; de fome, com a insegurança alimentar grave que
atingiu 10,3 milhões de brasileiros em 2018, sendo mais da metade desses
domicílios chefiados por mulheres; e de abandono e tristeza”, escreve Paola em
um artigo publicado
na Folha de S. Paulo deste domingo (18).
“Enquanto o PIB cairá 7%, o número de
bilionários subiu 16% e a renda deles aumentou 33%. A dona Tânia não receberá
os valores previstos na medida provisória 1.000/2020, mesmo que o erro tenha
sido do governo federal. Os valores dos meses de maior dificuldade na sua vida
não serão garantidos. Ela receberá daqui para frente, esquecendo o que passou”,
afirma.
Para ela, “a MP, além de reduzir os
valores do auxílio emergencial pela metade, ampliou significativamente os
critérios para recebimento. É a representação do abandono e do descaso com a
população brasileira”.
“Não é mais possível esconder as
desigualdades, a fome e o desemprego. Não é mais possível argumentar sobre
falta de recursos, pois eles existem. É necessário explicar porque não querem
descentralizá-los. Queremos a Tânia viva! Aliás, queremos que a vida e a
esperança sejam a nova forma de viver esse “novo normal”, que somente será
viável com uma renda básica permanente e cidadã!”, finaliza.
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