Comparação
dos resultados das eleições bolivianas de 2020 com a de 2019 mostra que o
partido de Evo e Arce venceu de novo em 86 circunscrições nas quais a OEA
alegou falsamente a ocorrência de “fraude”
247 - Um ano depois, o relatório da Organização dos Estados
Americanos (OEA) que, de maneira falsa, apontou fraudes nas eleições de 2019 na
Bolívia foi desmoralizado em definitivo. O Centro Estratégico Latino-Americano
de Geopolítica (Celag), comparou os resultados de 2019 com os deste domingo em
86 circunscrições em que foram apontadas irregularidades no informe da OEA. O
Movimiento al Socialismo (MAS), partido de Evo Morales e Lucho Arce vencem
todos os 86 centros eleitorais novamente, como vencera em 2019.
O relatório da OEA
foi a principal fonte de apoio às denúncias da oposição que culminaram na
renúncia de Evo Morales, pressionado por forças militares e policiais.
Segundo o informe da OEA, uma perícia
técnica que jamais existiu teria identificado que atas de diferentes mesas de
votação haviam sido preenchidas por uma mesma pessoa, em locais onde o
Movimento ao Socialismo (MAS) havia obtido 91% dos votos.
O relatório da OEA
foi desmoralizado pelo do Celag, que analisou os votos deste ano nos 86 centros
de votação contestados e concluiu que o MAS venceu novamente em todos eles,
desta vez com uma média ainda maior de votos -com a diferença de que nas
eleições passadas o MAS estava no poder, e este ano um governo de direita o
país estava sob a tutela de um governo oriundo do golpe de Estado.
O falso informe da OEA apontava que as
atas supostamente fraudadas corresponderiam a 38.001 votos. Desses, o MAS teria
obtido 91%, totalizando 34.718, “quase o número de votos que permite a Evo
Morales evitar o segundo turno”. Este ano, o MAS venceu com uma média de 97%
dos votos nesses locais.
“São locais onde votam muitos camponeses, que historicamente
sempre foram a favor de Morales. Ou seja, a alta porcentagem de votos para o
MAS não é pouco usual. E esses seis pontos percentuais a mais em relação ao ano
passado nesses centros de votação coincidem com os seis pontos percentuais a
mais que Arce deve obter em relação a Morales”, afirmou Alfredo Serrano,
diretor do Celag à jornalista Marina Gonçalves, de O Globo.
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