"Os governos do PT, que tive a honra de servir, jamais desviaram dinheiro da educação para qualquer outra finalidade", diz o ex-ministro, que condena desvios do Fundeb para financiar o Renda Cidadã
247 – O
ex-ministro Guido Mantega, que conduziu a economia brasileira num período de
forte crescimento econômico e redução do desemprego, decidiu voltar ao debate
público, após ter sido um dos alvos da Operação Lava Jato. "Depois de mais
de três anos afastado do debate nacional por um recolhimento autoimposto,
decidi vir a público para comentar a esperteza daninha do ministro da Economia,
Paulo Guedes, de tentar esvaziar o orçamento apertado das escolas públicas para
financiar o projeto Renda Cidadã do presidente Bolsonaro", escreve ele, em artigo publicado na Folha de S. Paulo.
"Guedes não hesitou em propor a
utilização, para outro fim, de uma parcela da nova receita do Fundeb (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), aprovada neste ano pelo
Congresso. Também sugeriu, ao arrepio da Lei de Responsabilidade Fiscal, dar
calote nos precatórios das dívidas reconhecidas pela Justiça com aposentados e
fornecedores", prossegue Mantega.
O ex-ministro ironiza o fato de que tais manobras permitiram
aos próprios conservadores cunhar o termo "pedalada fiscal",
expressão que foi usada no golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff,
ocorrido em 2016. "Os governos do PT, que tive a honra de servir,
jamais desviaram dinheiro da educação para qualquer outra finalidade. Ao
contrário, durante os três mandatos e meio do PT, as despesas com educação
subiram de R$ 30 bilhões em 2002, para mais de R$ 100 bilhões em 2015.
Mencionar Dilma para criticar Guedes revela apenas a desonestidade intelectual
de quem procura estabelecer simetrias inexistentes entre as duas figuras
públicas", aponta ainda o ex-ministro.
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