Dinheiro doado ao Ministério da Saúde para fazer testes de Covid foi desviado para projeto da primeira-dama Michelle Bolsonaro
247 - O governo Bolsonaro desviou R$ 7,5 milhões doados para
a compra de testes rápidos da Covid-19 para o programa Pátria Voluntária,
coordenado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
O frigorífico
Marfrig, um dos maiores do país, anunciou em 23 de março que doaria esse valor
ao Ministério da Saúde para a compra de 100 mil testes rápidos do novo
coronavírus. O Brasil já se encontrava em pandemia e não tinha esse material
para seguir a orientação da OMS (Organização das Nações Unidas) de testar em
massa a população.
Mas os recursos não foram aplicados para
essa finalidade específica e foram desviados para o Arrecadação Solidária,
vinculado ao Pátria Voluntária administrado por Michelle Bolsonaro, informa a
jornalista Constança Rezende na Folha de
S.Paulo
Esse mesmo programa liderado por Michelle
Bolsonaro repassou, sem edital de concorrência, dinheiro público a instituições
evangélicas ligadas à ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos
Humanos).
A doação da Marfrig foi feita num momento
em que o Ministério da Saúde, que tinha como titular Luiz Henrique Mandetta,
anunciava que o governo tentaria firmar parcerias com a iniciativa privada para
financiamento de parte das compras dos kits.
Mas, no caso da Marfrig, a empresa foi
orientada pela Casa Civil da Presidência da República a depositar a doação de
7,5 milhões de reais numa conta da Fundação do Banco do Brasil, gestora dos
recursos do Pátria Voluntária. Posteriormente, a empresa foi consultada pelo
governo Bolsonaro sobre a possibilidade de destinar a verba doada não
para a compra de testes por parte do Ministério da Saúde, mas para outras ações
de combate aos efeitos socioeconômicos da pandemia de Covid-19.
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