Gleisi quer que TSE obrigue emissoras a promoverem debates no 1º turno: “São concessões públicas”

Presidenta do PT considera cancelamento dos debates no 1º turno um "desserviço à democracia", já que a pandemia impôs inúmeras restrições às campanhas dos candidatos

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (SP), defendeu nesta quarta-feira (7) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) obrigue as emissoras de televisão a promoverem debates entre os candidatos às prefeituras no primeiro turno das eleições.

“Record, SBT, CNN, Globo decidem ñ fazer debates para as eleições deste ano. Desserviço à democracia, são concessões públicas. C/ campanha curta e restrições da pandemia os debates ajudariam a apresentar as candidaturas. Tá aí uma situação q o TSE devia intervir a bem das eleições”, escreveu a petista pelo Twitter.

Somente a Bandeirantes, na última semana, realizou debates entre candidatos à prefeituras das principais capitais do país. Nesta terça-feira (6), a Record e o SBT cancelaram os encontros entre os postulantes os Executivos municipais no primeiro turno alegando falta de segurança contra o contágio do coronavírus. Depois, foi a vez da CNN cancelar seus debates, sob o argumento de que não conseguiu firmar um acordo que garantisse a participação de apenas 6 candidatos. A emissora pretendia promover embates no Rio de Janeiro e em São Paulo.

A Globo ainda insiste na ideia, mas quer manter apenas quatro candidatos nos estúdios, o que pode inviabilizar um acordo entre as campanhas para a realização do debate.

A decisão das emissoras representa mais um revés para os candidatos, que já tiveram tempo de campanha reduzido e ficaram impedidos de realizar atos de rua devido a pandemia.

“Russomanno não precisa fugir”

Após a Record anunciar que cancelaria seus debates do primeiro turno, o candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), ironizou a ligação do líder nas pesquisas na corrida pela capital paulista, Celso Russomanno (Republicanos), com a emissora. Apoiado por Jair Bolsonaro, Russomanno é próximo ao bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal e da Record.

“Russomanno não precisa fugir dos debates. Ele cancela. Lamentável mais uma emissora se negar ao debate democrático”, escreveu Boulos.

Arthur do Val (Patriota), o candidato conhecido como “MamãeFalei” e um dos representantes da extrema-direita em São Paulo, concordou e ainda desafiou o candidato do PSOL para um debate a dois.

“Aquele raro momento que concordo com o Boulos! Alías, @GuilhermeBoulos. Já que você tá com tanta vontade de um “debate democrático”, que tal um debate nós dois? Você não fugiria igual o Russomano, né?”, tuitou.