Alvo de
mandado de prisão nesta sexta-feira, a ex-deputada Cristiane Brasil, filha de
Roberto Jefferson (PTB-RJ), usou uma camisa da CBF, ao voltar pelo golpe contra
Dilma Rousseff. Na blusa, estava escrito "basta" em cima de uma mão
com nove dedos, uma referência ao ex-presidente Lula, condenado sem provas no
processo do triplex no Guarujá (SP)
Cristiane Brasil (Foto: Antonio Augusto/Câmara dos Deputados) |
247 - Alvo de mandado de prisão nesta sexta-feira (11), a
ex-deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson
(PTB-RJ), usou uma camisa da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ao
voltar pelo golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. Na blusa, estava escrito
"basta" em cima de uma mão com nove dedos, uma referência ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas no processo do
triplex no Guarujá (SP).
"Há 11 anos
atrás meu pai perdeu seu mandato porque disse a verdade, em homenagem ao meu
pai, à verdade, à democracia, meu voto é sim", disse ela ao justificar o
seu voto pelo golpe.
A parlamentar é alvo de mandado de prisão
em uma investigação sobre supostos desvios em contratos de assistência social
no governo do estado e na Prefeitura do Rio. Os contratos sob investigação,
firmados entre 2013 e 2018, custaram
quase R$ 120 milhões aos cofres públicos. O secretário estadual de
Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes, foi preso.
O pai da parlamentar, ex-deputado Roberto
Jefferson, é investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura um
esquema de propagação de fake news. O presidente nacional do PTB e atual aliado
de Jair Bolsonaro foi um dos
alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), em
maio, após autorização do ministro da Corte Alexandre de Moraes.
A filha do
ex-deputado votou pelo afastamento de Dilma sem crime de responsabilidade. A
então presidente da República foi acusada de ter cometido as chamadas
"pedaladas fiscais", o que foi desmentido por uma perícia do
Senado em 2016.
"Pela análise dos dados, dos documentos
e das informações relativos ao Plano Safra, não foi identificado ato comissivo
da Exma. Sra. Presidente da República que tenha contribuído direta ou
imediatamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos", diz trecho
do laudo.
Também naquele
ano, o Ministério Público Federal concluiu que
a "pedalada" fiscal envolvendo o Plano Safra não é operação de
crédito, nem crime. Em sua decisão, o procurador da República Ivan
Cláudio Marx levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos
eleitorais" com as "pedaladas" e afirmou que o caso "talvez
represente o passo final na infeliz transformação do denominado 'jeitinho
brasileiro' em 'criatividade maquiavélica'".
O ex-presidente Lula, também criticado por
Cristiane por meio de um "símbolo" na camisa da seleção brasileira,
foi acusado de ter recebido da OAS um apartamento como propina, mas nunca
dormiu nem tinha a chave do imóvel.
Uma reportagem do
site Intercept Brasil, publicada em junho do ano passado, apontou que o
procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula.
"No dia 9 de
setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol
enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos
procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando
com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que
esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre
petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história
do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da
língua'", diz o site.
Ao apresentar a denúncia em setembro de
2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "provas
cabais" de que o ex-presidente era o proprietário do imóvel.
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