O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, decidiu romper relações com Paulo Guedes e
dá sinais que de quer derrubá-lo. "Foi encerrada a interlocução",
afirmou Maia nesta quinta.
Rodrigo Maia e Paulo Guedes (Foto: Abr) |
247 - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), rompeu de vez com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e indicou que
tentará derrubá-lo. "Foi encerrada a interlocução", afirmou Maia nesta quinta-feira
(3). Não está claro ainda se ele tentará assumir o controle da área econômica
do governo Bolsonaro.
Maia afirmou também que
passará a negociar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Ele afirmou que Guedes proibiu o diálogo do parlamentar com os secretários da
área econômica.
"Eu não tenho conversado com o
ministro Paulo Guedes, ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo.
Ontem, a gente tinha um almoço com o Esteves e com o secretário do Tesouro para
tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à
reunião", afirmou o presidente da Câmara em entrevista à GloboNews.
"Então, decidi que a relação da
presidência da Câmara será com o ministro Ramos, e o ministro Ramos conversa
com a equipe econômica, para não criar constrangimento mais para ninguém. Mas
isso não vai atrapalhar os nossos trabalhos, de forma nenhuma",
acrescentou.
Questionado, então, se está encerrada a
interlocução com Guedes, Maia respondeu: "Foi encerrada a
interlocução".
Com a sua narrativa ultraneoliberal
perdendo força, Guedes vê dois membros do primeiro escalão do governo ganharem
mais poder. Além de Luiz Eduardo Ramos, o ministro da Casa Civil, Walter Souza
Braga Netto, tem ficado mais próximo de Bolsonaro.
Uma das principais
divergências de Guedes com Bolsonaro foi a sugestão de um pagamento que gira em
torno de R$ 250 para os beneficiários do programa Renda Brasil, ainda não
implementado. Bolsonaro estaria querendo algo próximo dos R$ 300, para deixar
um valor mais distante dos R$ 190 pagos, em média, por família no programa
Bolsa Família, uma das principais marcas dos governos do PT.
Guedes, no entanto, pretende cortar
dinheiro de outros setores para alavancar o programa, medida que pode
aprofundar ainda mais a precariedade de serviços públicos, que já sofrem os
efeitos da PEC do Teto dos Gastos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário