De acordo com números divulgados pelo Banco Central, investimentos estrangeiros no Brasil somaram US$ 1,4 bilhão em agosto contra US$ 9,5 bilhões no mesmo período do ano passado, uma redução de 85%. Na ONU, Bolsonaro mentiu ao propagandear que país estaria atraindo investimentos
247 - Os investimentos de estrangeiros no Brasil
despencaram 85% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2019. Segundo
números divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Banco Central, as aplicações
somaram US$ 1,4 bilhão, ante US$ 9,5 bilhões em agosto do ano passado. O número
desmente Bolsonaro em seu discurso na ONU, na última
terça-feira (22), quando ele alardeou que o Brasil estaria atraindo capital
estrangeiro em larga escala.
Na comparação
mensal, a redução foi de 48% nos investimentos entre os meses de julho (US$ 2,7
bilhões) e agosto.
Também no mês passado, as exportações
foram de US$ 17,8 bilhões, queda de 9,8% em relação ao mesmo período do ano
passado. As importações diminuíram 26,8%, para US$ 11,9 bilhões.
A baixa demanda é um dos fatores que
explica a redução dos investimentos estrangeiros no Brasil. O País encerrou
agosto com cerca de 12,9 milhões de desempregados, 2,9 milhões a
mais que o registrado no começo de maio, um aumento de 27,6% no período, segundo
números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A postura de Bolsonaro na pandemia é outro
motivo que explica a dúvida de estrangeiros para investir no Brasil. Na
contramão do mundo, ele já amenizou os efeitos da Covid-19, ao classificá-la
como uma "gripezinha",
em março, e perguntou "e
daí?" ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela
doença, em abril.
O desmatamento também aumentou as ameaças
de boicote dos estrangeiros ao Brasil. O desmatamento na Amazônia brasileira,
por exemplo, registrou um recorde semestral de 3.070 km2 no primeiro semestre
deste ano, segundo relatório com base nas observações de satélite do sistema
DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Mesmo com recordes de desmatamento,
Bolsonaro voltou a negar o problema. Durante pronunciamento
(virtual) na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira
(22), ele voltou a dizer que a Floresta Amazônica não pega fogo por ser úmida e
culpou indígenas pelas queimadas. Também denunciou uma "campanha de
desinformação" sobre a derrubada das florestas.
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